O Parque de Natureza de Noudar, tem sido para mim nos últimos anos, uma espécie de refúgio. Sempre que possível, reservo um período de tempo das minhas férias, para ir até lá. Junto o melhor do mundo: O sossego, as paisagens, a natureza e a gastronomia. Tudo isto disponível numa herdade de cerca de 1000 ha, rodeada por azinheiras, pela ribeira de Múrtega e pelo rio Ardila. É aqui, que passo longas noites a fotografar a Lua ou a Via Láctea. Existem vários locais, uns mais remotos e isolados que outros. O desafio é irresistível, pois o céu do parque é único em Portugal.
É também aqui, que se ouvem os sons naturais de uma noite de Verão. Os animais que habitam o parque, como por exemplo o Veado, o Javali, o Lince, a Raposa, o Sacarrabos, o Texugo, o Toirão, o Fuinha, ou o Morcego, fazem com que não consigamos estar indiferentes aos seus sons. Mesmo debaixo de um céu estrelado como o que é visível na fotografia, por entre as azinheiras, em perfeita escuridão, munido de uma pequena lanterna, a noite torna-se arrepiante. O silêncio é absoluto no parque e nem mesmo o “click” da fotografia, ou do registo de um plano de timelapse, fazem com que se perca a noção do local onde estamos. Á luz da nossa galáxia e inseridos no território de outros seres vivos, surge um sentimento de fragilidade aliado a um estado de alerta que nos desperta para a verdadeira essência do mundo natural. É este contacto com a natureza que nos torna mais Humanos, mais sóbrios, longe das televisões e da profecia do apocalipse.
São as noites de Verão, no Parque de Natureza de Noudar.