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Aurora Boreal no Parque Natural do Alvão

Ontem (10 de outubro de 2024), havia a probablidade de voltarmos a ver auroras boreais em Portugal. Confesso que inicialmente fiquei com dúvidas, pois a verificar-se era a 2ª vez num ano… Contudo, depois de consultar os meus recursos nesta matéria, e de trocar umas mensagens com o Cristiano Saturno (um “bom maluco” pelas auroras boreias do outro lado do Atlântico), rapidamente percebi que me tinha de por a caminho tão rápido quanto possivel. A janela de oportunidade era muito pequena e o tempo estava muito encoberto na zona de Gondomar. Decidi o Parque Natural do Alvão. E acreditem que foi fantástico assistir a este fenómeno. A olho nu era ligeiramente notória uma ténue coloração, mas através da camera fotográfica, parecia magia.




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Naturalmente Graciosa – Trailer

Naturalmente Graciosa – Trailer

A ilha Graciosa, situada no arquipélago dos Açores, é um tesouro natural onde a fauna, a flora e o mar se entrelaçam numa paisagem exuberante. Com uma biodiversidade única, esta ilha é um exemplo vivo da importância de preservar os espaços naturais para combater as alterações climáticas.

A fauna da Graciosa é caracterizada pela presença de aves marinhas, como os cagarros ou os garajaus, ou ainda o raro painho-de-monteiro e alma-negra, que encontram nas suas falésias e em especial no Ilhéu de Baixo e Ilhéu da Praia, um local ideal para nidificar. Além disso, diversas espécies de aves migratórias fazem desta ilha um ponto de paragem durante as suas rotas migratórias, evidenciando a sua importância como refúgio para a vida selvagem.

Quanto à flora, a Graciosa é adornada por pastagens verdejantes e uma variedade de plantas endémicas dos Açores. A camarinha, a vidália ou a não-me-esqueças, são apenas algumas das muitas espécies que contribuem para a beleza natural da ilha.

O mar que rodeia a Graciosa é uma fonte de vida abundante, com águas cristalinas de um azul intenso que abrigam uma diversidade de vida marinha. Desde pequenos peixes coloridos até cetáceos majestosos, passando pelo coral-negro, este ambiente marinho é vital para o equilíbrio do ecossistema local.

A atividade vulcânica na ilha Graciosa foi crucial para a sua formação geológica e singularidade. Os vestígios vulcânicos moldam a paisagem, criando locais únicos como a Caldeira, a Furna do Enxofre, e a Caldeirinha, que são fontes de interesse turístico e científico, enriquecendo a ilha.

Tal como com as outras ilhas do arquipélago dos Açores, visitar esta ilha é conhecer um importante património geológico, composto por locais de interesse científico, pedagógico e turístico.

Preservar espaços naturais como a ilha Graciosa é fundamental na luta contra as alterações climáticas. Esses ecossistemas desempenham um papel crucial na regulação do clima global, absorvendo carbono da atmosfera e fornecendo habitats essenciais para a vida selvagem. Ao protegermos estes tesouros naturais, estamos também a proteger o nosso planeta e as futuras gerações.

Brevemente na SIC.









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10 anos de documentários ao redor do mundo

Paulo Ferreira com Sir David Attenborough

Já se passaram 10 anos de viagens pelo mundo. O meu trabalho ao nível da fotografia, vídeo e realização de documentários de natureza, foi marcado por uma profunda ligação com a vida selvagem e os ambientes mais remotos. Tentei que cada clique capturasse a essência da diversidade natural, desde vastas florestas como por exemplo no Chile, na Argentina e na Nova Zelândia, até paisagens geladas e montanhas intocadas na Islândia e na Noruega, incluindo os Açores e Portugal continental. Esses projetos não só documentaram a beleza do nosso planeta, mas também trouxeram à tona a urgência da sua conservação. Pelo caminho encontrei pessoas fantásticas ao redor do mundo, de entre os quais realço Sir David Attenborough, com quem tive uma conversa que recordarei para sempre. Através das minhas objetivas, procurei consciencializar as pessoas sobre a importância de preservar esses ecossistemas para as futuras gerações, unindo arte e ativismo ambiental.




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Infinito – Um olhar deslumbrante sobre a Via Láctea e o Universo

Infinito

Explorando o Infinito: Um olhar deslumbrante sobre a Via Láctea e o Universo. Este é um filme realizado com planos de timelapse noturnos e que fui compilando ao longo dos anos em vários pontos do mundo.  Para mim, olhar o universo é uma espécie de felicidade. Pois somos felizes quando procuramos alcançar os nossos sonhos e aspirações, os quais dão significado à nossa vida, como no caso da fotografia e em particular da técnica de timelapse utilizada para realizar este vídeo. Mesmo quando são ou parecem absurdos ou sem sentido e, muitas vezes, nos levam a nada mais, nada menos, do que empurrar uma pedra colina acima, dia após dia, à semelhança do “Mito de Sísifo” de Albert Camus. 
Agarrar-me à esperança, encontrar uma justificação para a vida, é o que me move.

Veja o vídeo, aqui: INFINITO ou clique na imagem em cima.

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Breve História da Humanidade

Breve história da humanidade

Breve História da Humanidade, é um vídeo de cerca de 6 minutos que tem por finalidade sensibilizar as pessoas para a atual problemática ambiental.
A crise ambiental atual é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta. O desmatamento, a poluição e o aquecimento global têm causado impactos devastadores nos ecossistemas e na biodiversidade. O consumo excessivo de recursos naturais, assim como da retirada do subsolo de petróleo e carvão, impulsionado pelo crescimento populacional e pelo modelo económico insustentável, agrava ainda mais essa situação. As mudanças climáticas resultam em eventos extremos, como secas, inundações e incêndios florestais, que afetam milhões de pessoas. É urgente que governos, empresas e sociedade civil unam esforços para adotar práticas sustentáveis, promover a preservação ambiental e garantir um futuro saudável para as próximas gerações.

Sabemos de onde vimos mas não sabemos para onde vamos.

Veja o vídeo aqui: Breve História da Humanidade

Versão Inglesa no Youtube

Realização e narrativa de Paulo Ferreira.

Redação e locução de Eduardo Rêgo.

Musica de André Barros.

Breve historia da humanidade

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A Via Láctea numa noite clara longe da poluição luminosa das cidades

Arco Via Láctea

A Serra das Talhadas, situada no coração de Portugal, nas proximidades de Proença-a-Nova, é um local de rara beleza, onde a natureza se encontra com o céu de uma forma que poucos lugares conseguem replicar. No verão, durante a noite, quando o silêncio toma conta das paisagens ondulantes e o mundo parece estar suspenso no tempo, um espetáculo grandioso se revela: a Via Láctea.
Numa noite clara, longe da poluição luminosa das cidades, a Via Láctea emerge como um manto brilhante que atravessa o céu, pontilhado por milhões de estrelas que parecem sussurrar segredos do universo. A nossa galáxia, com os seus braços em espiral, estende-se por cima das nossas cabeças, formando um arco majestoso que domina o firmamento. É como se a própria Serra das Talhadas se tornasse um palco para um espetáculo cósmico, onde a Terra e o céu se encontram em perfeita harmonia.
Foi numa dessas noites de verão que decidi subir à serra, a partir da aldeia do Casalinho onde estava alojado. O Refúgio do Raposo do casal Francisco e Emília é um daqueles lugares na Terra que parecem não existir. Na verdade, no meu subconsciente, eu sabia que depois de uma noite à procura das estrelas, teria um delicioso bolo (especialidade da dona Emília), à minha espera em cima da mesa da cozinha.
Lá bem no alto, plantada sobre um enorme rochedo, podemos observar a Torre de vigia da autoria de Siza Vieira. Fazia-se sentir algum vento, apenas quebrado pelo som do rádio dos vigilantes que dia e noite permanecem na torre. O céu estrelado, a serra silenciosa, o som do rádio e eu próprio, parecíamos estar alinhados numa sincronia perfeita. Até o som do rádio parecia ligar-me aos cosmos. Naquele momento, eu não era apenas um observador; era parte daquele infinito, uma pequena peça na vastidão da Via Láctea.
E no regresso, já de madrugada, ainda houve tempo para saborear o bolo.

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Um moinho à luz das estrelas

Moinho de vento Urzelina

Os moinhos de vento da Urzelina, situados na encantadora ilha de São Jorge, nos Açores, são um testemunho vivo da herança agrícola e arquitetónica da região. Construídos no século XIX, estes moinhos desempenharam um papel crucial na moagem de cereais, essencial para a subsistência das comunidades locais. Hoje, embora já não estejam em funcionamento, os moinhos de vento da Urzelina continuam a ser um símbolo cultural e um ponto de interesse turístico, proporcionando um vislumbre do passado rústico da ilha.

À noite, a paisagem que cerca o moinho ganha uma nova dimensão com a presença majestosa da Via Láctea. A localização remota e a baixa poluição luminosa da ilha de São Jorge permitem uma visão nítida do céu noturno, transformando este moinho num cenário perfeito para a observação das estrelas. A silhueta do moinho contra o pano de fundo estrelado cria uma imagem de tirar o fôlego, onde a história terrestre se encontra com a imensidão do universo.

A luz antiga da Via Láctea, com as suas infinitas estrelas, brilham por detrás do moinho, realçando as suas formas e cores. Este encontro entre o antigo moinho e o cosmos, lembra-nos a ligação profunda entre o homem, a terra e o universo, celebrando a beleza intemporal da natureza e da capacidade humana.

Numa bela e agradável noite de finais de junho, após o jantar, desloquei-me desde a Fajã dos Vimes até ao local onde existem estes moinhos. Sozinho, posicionei os dois tripés e as duas cameras fotográficas junto a este moinho e iniciei os registos de timelapse da Via Láctea, eram quase 23h00. Por volta das 02h00 das manhã, a Via Láctea estava a chegar mesmo por detrás do moinho. rapidamente troquei de objetivas e munido de uma 50mm e de uma outra a 100 mm fui fazendo alguns testes até conseguir o resultado que ansiava. Uma noite memorável que guardarei para sempre.

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Em busca da Águia-pesqueira

Moinhos de jancido Vale do Rio Sousa

Num belo dia de primavera, a manhã despontava serena nos Moinhos de Jancido. A brisa suave dançava entre as folhas, trazendo consigo o aroma fresco das flores recém-desabrochadas. O sol nascente pintava o céu com tons rosados e dourados, enquanto os primeiros raios iluminavam as margens do rio Sousa e os antigos moinhos, conferindo-lhes um brilho quase mágico. Acordei…

Apaixonado pela natureza, levantei-me bem cedo, e equipado com a minha câmera fotográfica e paciência rumei aos Moinhos. Eu já a tinha fotografado lá no alto no céu, mas pretendia uma fotografia da Águia-pesqueira, empoleirada de forma majestosa nos amieiros que ladeavam o rio Sousa. Determinado a capturar uma imagem dessa ave rara, caminhei silenciosamente pelo bosque. Cada passo era cuidadosamente calculado para não perturbar a tranquilidade do lugar.

Foi então que ao aproximar-me da ponte de Longras, ao levantar os olhos, pareceu-me vislumbrar uma ave de rapina empoleirada num Amieiro a cerca de 100 metros de distância. Era a Águia-pesqueira e estava lá! Empoleirada num velho mas robusto amieiro, as suas penas brilhavam à luz do sol da manhã. Rapidamente ajustei os parâmetros da câmera e através da objetiva de 600mm pude confirmar o que os meus olhos haviam reparado. E novamente pensei para comigo. É a Águia-pesqueira e está ali! O silêncio era absoluto, quebrado apenas pelo canto distante dos pássaros que começavam a despertar. E então, fiz um clique. E de seguida, mais cliques. A imagem ficou perfeita: a águia em toda sua majestade, contra o pano de fundo da natureza exuberante que abraça o rio Sousa. E levantou voo quando ainda confirmava as fotografias que havia registado.

Eu sabia que aquele instante era raro e precioso, resultado da minha dedicação e foco. Uma oportunidade única para registar uma ave tão bela e rara na região. E sorri, sentindo-me parte de algo maior, conectado à beleza selvagem que havia conseguido capturar através da objetiva. Um momento feliz que fez esquecer todos os outros insucessos. Sonhar e acordar cedo, a par da minha persistência, tinha valido a pena.

Águia-pesqueira
Águia-pesqueira

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O regresso do Professor Sousa a Jancido

O regresso do Professor Sousa a Jancido

O regresso do Professor Sousa a Jancido

Depois de quatro décadas de ausência, o Professor Sousa regressou a Jancido, a sua aldeia natal. Emigrara para Tristão da Cunha em busca de oportunidades, deixando para trás as paisagens verdes e os moinhos que pontilhavam a ribeira de Caiáguas. Assim que chegou a Jancido, de mala numa mão e a candeia na outra, com os cabelos a ficar grisalhos e os olhos cheios de saudade, decidiu visitar os caminhos que deixara para trás, que outrora eram palco daqueles que viviam do fruto da terra e que ainda hoje lhe são familiares.

Nessa noite estrelada, decidido a reencontrar as memórias do passado, o Professor Sousa aventurou-se pelos trilhos que levavam aos antigos moinhos de Jancido. Sob a luz tímida da Ursa Maior e da Lua, cada passo era uma viagem no tempo, revivendo momentos de infância e juventude. Os moinhos, outrora testemunhas do trabalho árduo dos habitantes da aldeia (seus familiares), agora permaneciam silenciosos, como guardiões de histórias antigas.

Ao contemplar aquelas estruturas de pedra, o Professor Sousa sentiu uma mistura de nostalgia e gratidão. Recordou os dias em que corria livremente pelos campos, ajudava o seu avô a moer o milho, aprendendo lições que transcenderiam os anos. O canto da coruja e a brisa suave da noite sussurravam segredos do passado, envolvendo-o numa aura de paz e serenidade.

De regresso à aldeia, o Professor Sousa carregava consigo mais do que simples lembranças. Levava consigo o legado da sua terra, pronto para partilhar com as gerações vindouras, se interessadas em ouvir as suas histórias. E naquela noite, sob o manto estrelado, Jancido recebeu de volta um filho pródigo, cuja história se entrelaçava com a dos seus moinhos, ribeiras selvagens e campos verdejantes.

E Jancido reviveu o passado.

Regresso professor Sousa
O regresso do Professor Sousa a Jancido

O regresso do Professor Sousa a Jancido
O regresso do Professor Sousa a Jancido
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O regresso do Professor Sousa a Jancido

Fotografia e narrativa de ficção da autoria de Paulo Ferreira | Com a participação especial de Nelo Sousa como figurante | Um agradecimento aos Moinhos de Jancido

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A Salamandra-lusitânica

Salamandra-lusitânica

Fotografar anfíbios não é assim lá muito agradável, pois gostam de habitar lugares húmidos. É o caso da Salamandra-lusitânica. Esta estava para lá da entrada da mina, uns bons 20 metros. Foi uma aventura entrar na mina com o objetivo de fotografar a Salamandra, pois estava escura e húmida e era relativamente baixa para mim. Como tal fui obrigado a permanecer no seu interior durante largas horas e sempre aninhado pois não conseguia estar na posição ereta.

Munido de uma botas adequadas e que chegavam até aos joelhos, lá me aventurei no seu interior em busca de Salamandras. Havia poucas era um facto.

As alterações ao seu habitat, a poluição dos cursos de água e os incêndios rurais são algumas das principais ameaças a esta espécie, que foi classificada como vulnerável face à área restrita onde se pode encontrar e ao decréscimo do número de indivíduos. Esta classificação aconselha a medidas de preservação e reabilitação dos habitats onde vive, bem como dos locais onde se reproduz – como é o caso das minas e grutas.

Esta é uma espécie que só existe (endémica) no Noroeste da Península Ibérica e foi descrita pelo naturalista Barbosa du Bocage, nos anos 60 do século XIX.
Quando ameaçada, a Salamandra-lusitânica consegue soltar a sua cauda.


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