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Documentário – As Raparigas de Jancido


Há um lugar em Gondomar, nas proximidades do Porto, designado por Moinhos de Jancido. Trata-se de um conjunto significativo de moinhos de água que estão a ser reconstruídos por um conjunto de pessoas denominados por “Rapazes de Jancido”. Esta é a história das suas mulheres. Uma história de vida individual e coletiva. São as “Raparigas de Jancido”.

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Vislumbre da Cabra-montês

Vislumbre da Cabra-montês

Esta fotografia em cima, foi registada ao final de um longo dia de caminhada no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Habitualmente percorro os trilhos do parque em busca de fotografias de fauna e flora e de vez em quando alguns planos de timelapse e video. Desta vez encontrei a Cabra-montês no topo de uma rocha em busca de alimento. A luz do final de tarde fez o resto. E eu estava lá para admirar esse momento.

A Cabra-montês esteve desaparecida do parque durante largas dezenas de anos e agora aos poucos vai surgindo novamente, como dá para perceber na fotografia em baixo. Admirável mundo.

Cabra-montês

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Final de tarde no Parque Natural do Alvão

Aqueles que me conhecem, sabem que a minha vida tem sido pautada pela procura de imagens fora do habitual. Enquadramentos únicos e momentos singulares. Quer lá fora, quer cá dentro. Este foi um deles. Daqueles que já não assistia há imenso tempo. Estar no sitio certo, há hora certa, não é fácil, já dizia o antigo baleeiro Antero Soares, pessoa que ainda hoje recordo com admiração.

A minha abordagem de consciencialização ambiental e de promoção de locais singulares da Terra, é um sério contributo para a Consciência Global. Este é o tempo de repensar comportamentos; o tempo de lembrar que as nossas ações têm sempre consequências; o tempo de mostrar que somos merecedores de habitar a casa a que chamamos Terra.

Esta fotografia é parte integrante de uma sequência de 250, que deram origem a um plano de timelapse. Siga-me no facebook em https://www.facebook.com/paulofwild

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Evento “À conversa com Paulo Ferreira” na Escola Dramática e Musical Valboense

No dia 5 de Março de 2022, pelas 21H30, estive presente na Escola Dramática e Musical Valboense, a convite do Agrupamento de Escolas de Valbom, no âmbito do evento “À conversa com Paulo Ferreira”.

O ficheiro “powerpoint” que os alunos me fizeram chegar, pode ser visualizado aqui:

www.pauloferreira.pt/download/ProjetoTurmaEscolaValbom.ppsx

A versão em pdf pode ser visualizada aqui:

www.pauloferreira.pt/download/ProjetoTurmaEscolaValbom.pdf

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Lapso de Tempo

Este video “Lapso de Tempo”, surge no seguimento das minhas viagens pelo mundo. Tive a oportunidade de conhecer países como por exemplo a Norugea, Espanha, Chile, Argentina, Nova Zelândia e Islândia, bem como mais aprofundadamente Portugal, nomeadamente a parte continental e insular. Em todos eles, consegui registar alguns planos de timelapse noturnos e que agora fazem parte deste trabalho.

É notória a diferença de qualidade de alguns planos. Contudo são o registo da minha evolução ao longo do tempo. Comecei com uma simples 500D e nos dias de hoje já utilizo 5DSR ou até mesmo a α7.

Trata-se de um vídeo que pretende mostrar o lado noturno, reunindo imagens que vão desde a aurora boreal, á via láctea e até a Lua, nos hemisférios Norte e Sul. Um retrato do tempo. Um lapso de tempo. Uns insignificantes segundos na imensidão do espaço-tempo.

Como dizia Carl Sagan, trata-se de uma breve história do tempo. Do meu tempo. Diante da vastidão do tempo e do universo.

Música de André Barros.

Clique na imagem para visualizar o vídeo.

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Encontros noturnos com a Garça-real

Garça-real

Esta fotografia registada nas proximidades de Couce, em Valongo, no Parque das Serras do Porto, foi conseguida depois de algumas tentativas. Á primeira vista pode parecer bastante simples, mas o processo para a conseguir foi algo moroso e difícil. No seguimento de um trabalho de fotografia que ando a registar para o Município de Valongo, tenho-me deslocado para aquele território, desde finais de 2020. A Garça-real (Ardea cinerea), é uma das espécies que tenho de fotografar. Fotografá-la neste local  foi complicado, pois nem sempre lá estava (a meio do Rio Ferreira), e se estava, não me deixava aproximar mais do que 50 metros. Após muitas tentativas ao final da tarde para reduzir a luz ao máximo e ocultar a vegetação que ladeia o Rio, lá consegui. Mas o que mais me surpreendeu nesta ave, foi observá-la enquanto a fotografava. E reparei que ela bebe a água do Rio, em intervalos de minutos. É do conhecimento de todos que o Rio Ferreira é um dos cursos de água bastante poluído e observar esta ave a beber da sua água é algo que me preocupa. Espero com esta fotografia, sensibilizar as entidades competentes, para esta situação.

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Porque o mundo tem todo o tempo para mim

Era Outono. A Patagónia vestia-se de cores absolutamente extraordinárias. As Lengas (Nothofagus pumilio) cobriam-se de um manto malhado, mosqueado, todo ele remendado nas diversas cores. Uma espantosa paleta de tons nas cores amarela, vermelha, branca ou verde. Achei que nem mesmo um pintor, conseguiria aqueles tons. Eu, sozinho, munido de uma mochila às costas e de uma camara fotográfica ao pescoço, caminhava há algumas horas. Partira bem cedo de “El Chaltén” (pequena povoação na Argentina), com destino ao “Fitz Roy” (Cerro Chaltén).
O nome “Fitz Roy” provém da homenagem ao capitão do navio que levou Charles Darwin na sua volta ao mundo. No seu sopé existe uma lagoa muito bonita de nome “Laguna de los Tres”. Eu queria vê-la, fotografá-la, memorizá-la. Uma forma de enriquecer, não o bolso, mas a mente.

A meio do caminho, dou por mim envolto naquele manto malhado, mosqueado. A fotografia em cima é retrato disso mesmo. Mais parece uma pintura. As árvores (que morrem de pé) adornam-se com cores de outono. Algumas, já no fim de vida, deixam transparecer os ramos secos, velhos, brancos e negros. Nus. A longevidade da sua vida, deixa marcas. Nós, Humanos, somos parecidos. Tal como a árvore, podemos tentar minimizar as marcas que a vida nos impôs, cobrindo-nos de adornos. Mas seremos incapazes de apagar as marcas da longevidade.

Eu olhei ao meu redor e registei algumas fotografias. Qual memória para mais tarde recordar, como está a acontecer com este texto.
Minutos depois, desviei o olhar destas árvores e prossegui o meu caminho. De certa maneira há que prestar atenção e valorizar aquilo ou aqueles que nos rodeiam. Mas, a vida deve continuar. O caminho faz-se caminhando, disse-o o poeta espanhol António Machado. E eu concordo.

Duas horas depois, o meu olhar já só via tudo em tons de amarelo e vermelho. Dei por mim a tentar retirar os óculos de sol. Mas para meu espanto não os tinha comigo. Estava embebecido com todo aquele colorido. Era essa a realidade.

Uns passos mais à frente, começo a ouvir o barulho ténue de uma cascata. A água a correr pelos rios e ribeiros de alta montanha, deixa marcas nos ouvidos daqueles que admiram a natureza em silêncio. Tentei não fazer muito barulho com os pés. Hoje, penso que cheguei a levitar, pois só me lembro do claro som da água a correr por entre as pedras. Tentei vislumbrar por entre as Lengas, esse som. Ouvir com os olhos. Ver primeiro e ouvir depois. Procurar a imagem da água algures por detrás dos troncos velhos das árvores. O som confirmaria depois esse vislumbre. E assim foi. Serpenteei por entre as árvores e vislumbrei o Rio de montanha. Águas límpidas e selvagens. Corri na sua direção e só voltei a sentir os pés, quando dei por mim quase a cair à água.

Estanquei. Respirei fundo, enquanto retirava a mochila das costas. Peguei na camara fotográfica, (tive de a procurar pois já não a sentia ao pescoço) e registei esta fotografia. Uma, duas, três, quatro… Talvez umas duas dúzias delas, enquanto tentava respirar mais calmamente. Passada toda aquela emoção, sentei-me ao lado da mochila. E ali fiquei a ouvir a água. A ouvir o vento. A ouvir o Condor. A ouvir o balouçar das folhas nas árvores. Ver, era quase impossível, tamanho o êxtase. E deixei-me levar pelos sentidos. Impossível adormecer ali. Sozinho, ali fiquei até me lembrar de que tinha de continuar. O “Fitz Roy” era o destino final. Depois eu teria todo o tempo do mundo. Porque o mundo tem todo o tempo para mim.

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Glaciares da Islândia perdem 750 km2 em 20 anos

Em 2019 tive a oportunidade de conhecer a Islândia. Estive naquela ilha durante cerca de 15 dias a registar imagens para o filme curto “This Is Our Time”, que pode ser visualizado aqui no site. Em 2021 foi publicado um estudo que confirma que os glaciares da Islândia perderam perto de 750 km2, cerca de 7% da sua superfície. Tudo isto desde a passagem do milénio e devido ao aquecimento global.

Em todo o Mundo, 220 mil glaciares estão a perder massa num ritmo acelerado, contribuindo para o aumento global da subida do mar neste século, de acordo com um estudo publicado na revista científica “Nature”.

Percorri toda a ilha e registei algumas imagens aéreas, que pese embora o facto de serem bonitas visualmente, são ilustrativas do fenómeno do degelo dos glaciares. Aqui ficam alguns exemplos.





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