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Candal – A pequena aldeia de xisto aninhada na serra

Candal - Aldeia de Xisto

Candal. Por lá passei em 2022. Uma aldeia pacata, aninhada na serra da Lousã. Um refúgio, para quem como eu gosta de fotografar a natureza. E foi mesmo numa casinha que mais não é do que um refúgio, que fiquei alojado algumas noites. Durante a minha breve estadia, tive oportunidade de conhecer a aldeia e foi daí que parti por caminhos remotos em busca “daquela fotografia”. A que iria ser especial. Mas não aconteceu como previa. Contudo, outras coisas aconteceram. Como a possibilidade de conhecer algumas pessoas da aldeia e a sua gastronomia. Momentos que ficam para mais tarde recordar. Como sentir o frio de montanha numa noite escura, à luz das estrelas, em busca da fotografia “especial” à Via Láctea. Agora, à distância, parece que aquele lugar parou no tempo. Um tempo, onde havia lugar para as pessoas e para o tempo. Era um tempo próprio de pessoas e de vidas. Trago comigo as memórias, as imagens gravadas no meu cérebro. Os sabores e os cheiros da montanha. A vida. Das poucas fotografias que realizei, ficam aqui algumas que complementam a viagem.

Candal -Aldeia de Xisto
Candal -Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de Xisto
Candal - Aldeia de xisto

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A beleza é o nome de qualquer coisa que existe

Panorâmica Alvão

O Parque Natural do Alvão tem sido o meu local preferido ao longo dos anos. Há mais de duas décadas que percorro os caminhos do parque, em busca dos melhores momentos fotográficos, para produção de planos de timelapse. No entanto, nos últimos anos, tenho-me dedicado um pouco à fotografia de natureza, dado que o local é propicio a isso. Gosto de estar em contacto com a natureza, enquanto caminho por trilhos de pastores e caminhos centenários que me levam quase sempre a lugar algum, mas preenchem-me enquanto humano à face da Terra.

Ontem foi um daqueles dias, em que, munido de uma camara fotográfica e na companhia de amigos que já não via há algum tempo, fiz-me ao caminho por entre montes e vales, bosques e riachos. Um dia perfeito na companhia de gente imperfeita, mas verdadeira. Um dia para mais tarde recordar. Um obrigado a todos eles.

E porque a dado momento já a meio da caminhada, me veio á lembrança que “Uma flor é apenas uma flor”, aqui fica o poema de Alberto Caeiro:

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.

Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?

Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.

Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa

Cavalo Parque Natural do Alvão

Os montes

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Outono nos Moinhos de Jancido

O outono está à porta e é tempo de fotografar as pequenas coisas que abundam nos campos nas proximidades dos Moinhos de Jancido. Aqui ficam algumas fotografias que registei estes dias naquela zona. Desde a Salamandra-lusitánica aos cogumelos, todos eles são motivos mais do que suficientes para levantar bem cedo e ir em busca destas espécies.







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Celito Medeiros pinta alguns frames do documentário Açores – Um novo desígnio

Certo dia, recebi um email do Celito Medeiros, a pedir-me autorização para pintar alguns frames do meu documentário “Açores – Um Novo Desígnio”. No inicio, confesso que não dei grande relevância ao assunto e permiti que fossem utilizados os frames que pretendia. Dias mais tarde, fiquei a saber (através de uma procura no Google), que afinal Celito Medeiros, era um artista plástico, escritor e poeta. Embaixador Universal da Paz (Embaixada de Genebra, Franco-Suíça) e Premio Unesco.

Hoje, recebi algumas dessas pinturas e fiquei maravilhado com a técnica utilizada. Um trabalho fantástico, memorável e apaixonante, dado que é uma outra forma de ver os mesmos locais que filmei e fotografei. O seu portefólio pode ser visualizado aqui: Cellito Medalros – Celito Medeiros (myportfolio.com)

As suas palavras:

Caro amigo Paulo Ferreira,
Eu assisti o seu documentário por diversas vezes, apreciando cada detalhe, cada palavra tão bem narrada por Eduardo Rêgo, em um texto que foi além de ser emocionante. Todos os que participaram em todas as áreas, conseguindo nesta soma de valores e talentos, produzirem os Desígnios dos Açores, passado e presente.
Fiquei apaixonado pelo Ilhéu das Cabras, sua rachadura mostra muito bem que foi resistente ao incidente dos vulcões, na bela ilha dividida pelo efeito e não formada por ele, no que antes era tudo unido entre vales, planícies e morros e montanhas. A visão do Pico mais alto de Portugal remete a todos os tempos, a todas as visões que dali foram observadas e o vôo que suas imagens proporcionaram em seu interior ainda incandescente.
O Bailar das Baleias tão lindamente descrito por Roxane e César.
O Moinho de vento, as plantações de vinícolas em resíduos vulcânicos, uma consistência de solo rico e produtivo gerando o Vinho do Pico. Quanto trabalho para chegar a tudo isto.
O Observador Antero, como guardião dos movimentos de tudo à sua vista e sua presença em tudo avistar, neste anseio de fazer o melhor e foi além…
As lagoas de São Miguel, um espetáculo em cada uma delas, em suas cores, a vegetação e lindas flores soavam como algumas canções de fados de Francisco e Amália.
A importância ambiental da Empresa Futurismo, tão bem relatada por Laura Gonzáles e Rui Rodrigues nesta Proteção efetiva.
O Diretor do Museu da Ilha, Manuel Costa Júnior, onde seu conhecimento e palavra viva, encheu-me de orgulho em sua narrativa. Dos momentos da pobreza e o retorno de glória para a riqueza da ilha, dantes não bem exploradas.

Acerca do autor:

– Celito (Freitas de) Medeiros, neto de imigrantes Açorianos no Brasil, nascido em 1951 numa Fazenda de Arroz e Haras de Cavalos. Desde criança um arteiro hiperativo, há mais de 65 anos na Pintura em todas as técnicas e áreas conhecidas.
(Nos intervalos da vida, fez dois cursos de engenharia, Escola de Belas Artes, Estudos de pós graduação em Psicologia, Master and Doctorate Course em Ciência Espiritual, finalmente homologada pela OMS, agora lecionado em diversas Universidades pelo mundo, em médio prazo disponível a todos, especialmente na área de Saúde Mental, a Psique – o Estudo do Espírito).
Celito Medeiros é um nome facilmente encontrado na busca do google e com páginas no Facebook. Mais de 200 exposições internacionais, incluindo algumas no Carroussel du Louvre. Aposentado por Invalidez permanente, mas permanece ativo em seus pincéis em nova técnica que adotou e ainda possibilita seu trabalho diário, com imenso prazer enquanto este corpo viver, pois como espírito será como todos os assemelhados, infinitos e eternos.

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Estreia online do documentário “Açores – Um novo desígnio”


Este filme de cerca de 41 minutos foi realizado em 2021, em 4 ilhas do arquipélago dos Açores. Terceira, Pico, Flores e São Miguel. Trata-se de um filme que aborda entre vários assuntos, a questão antiga da caça à baleia e consequentemente a mudança que está a ser implementada no arquipélago, dada a necessidade das pessoas procurarem novas fontes de recursos, como o turismo ou a investigação. O filme tem locução do Eduardo Rêgo e a banda sonora é de André Barros. Obrigado a todas as empresas e entidades que apoiaram esta produção.

Veja o filme aqui: Açores – Um Novo Desígnio on Vimeo

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A Via Láctea sobre a ilha das Flores

À noite, na Ilha do Corvo, com vista para a Ilha das Flores. Separadas por um oceano profundo e uma Via Láctea imensa. O mundo é maravilhoso. Porque teimamos em destruí-lo?
Agosto, foi o mês que escolhi para realizar um documentário natural na ilha das Flores. O projecto iniciou-se nesta ilha, contudo, certa noite e porque as condições meteorológicas eram favoráveis, fiz a travessia de barco que liga as Flores, ao Corvo. O objectivo era muito claro:
Registar alguns planos de timelapse no Corvo. Este é apenas um deles e mostra-nos a Via Láctea por cima da ilha das Flores. 

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Documentário – As Raparigas de Jancido


Há um lugar em Gondomar, nas proximidades do Porto, designado por Moinhos de Jancido. Trata-se de um conjunto significativo de moinhos de água que estão a ser reconstruídos por um conjunto de pessoas denominados por “Rapazes de Jancido”. Esta é a história das suas mulheres. Uma história de vida individual e coletiva. São as “Raparigas de Jancido”.

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Vislumbre da Cabra-montês

Vislumbre da Cabra-montês

Esta fotografia em cima, foi registada ao final de um longo dia de caminhada no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Habitualmente percorro os trilhos do parque em busca de fotografias de fauna e flora e de vez em quando alguns planos de timelapse e video. Desta vez encontrei a Cabra-montês no topo de uma rocha em busca de alimento. A luz do final de tarde fez o resto. E eu estava lá para admirar esse momento.

A Cabra-montês esteve desaparecida do parque durante largas dezenas de anos e agora aos poucos vai surgindo novamente, como dá para perceber na fotografia em baixo. Admirável mundo.

Cabra-montês

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