Etiqueta: astrofotografia
Um moinho à luz das estrelas
Os moinhos de vento da Urzelina, situados na encantadora ilha de São Jorge, nos Açores, são um testemunho vivo da herança agrícola e arquitetónica da região. Construídos no século XIX, estes moinhos desempenharam um papel crucial na moagem de cereais, essencial para a subsistência das comunidades locais. Hoje, embora já não estejam em funcionamento, os moinhos de vento da Urzelina continuam a ser um símbolo cultural e um ponto de interesse turístico, proporcionando um vislumbre do passado rústico da ilha.
À noite, a paisagem que cerca o moinho ganha uma nova dimensão com a presença majestosa da Via Láctea. A localização remota e a baixa poluição luminosa da ilha de São Jorge permitem uma visão nítida do céu noturno, transformando este moinho num cenário perfeito para a observação das estrelas. A silhueta do moinho contra o pano de fundo estrelado cria uma imagem de tirar o fôlego, onde a história terrestre se encontra com a imensidão do universo.
A luz antiga da Via Láctea, com as suas infinitas estrelas, brilham por detrás do moinho, realçando as suas formas e cores. Este encontro entre o antigo moinho e o cosmos, lembra-nos a ligação profunda entre o homem, a terra e o universo, celebrando a beleza intemporal da natureza e da capacidade humana.
Numa bela e agradável noite de finais de junho, após o jantar, desloquei-me desde a Fajã dos Vimes até ao local onde existem estes moinhos. Sozinho, posicionei os dois tripés e as duas cameras fotográficas junto a este moinho e iniciei os registos de timelapse da Via Láctea, eram quase 23h00. Por volta das 02h00 das manhã, a Via Láctea estava a chegar mesmo por detrás do moinho. rapidamente troquei de objetivas e munido de uma 50mm e de uma outra a 100 mm fui fazendo alguns testes até conseguir o resultado que ansiava. Uma noite memorável que guardarei para sempre.
Workshop – Fotografar Orion
Hoje em dia com o advento da tecnologia ao nível do software de processamento de imagens, não é preciso ter um telescópio para fotografar objetos no céu noturno. Uma simples câmera fotográfica à qual ligamos uma teleobjetiva de 200mm por exemplo, é suficiente para fotografar a nebulosa de Orion que dista 1350 anos luz da Terra ou a galáxia de Andrómeda.
Este workshop (noturno) tem como objetivo, transmitir aos participantes um método que lhes permitirá realizar imagens da nebulosa de Orion. O evento tem inicio ás 21h00 e termina às 24h00 do dia 13 de janeiro de 2024.
As inscrições devem ser realizadas através do contacto móvel 966454440. O número máximo de participantes é de 6, dado ser a lotação do espaço onde os inscritos podem pernoitar de 13 para 14 de janeiro.
A realização do evento depende das condições meteorológicas.
Galáxia de Andrómeda Um Poema
Na vastidão do firmamento estrelado, Andrómeda, esplêndida, se ergue no espaço, Um turbilhão de estrelas, dança de luz e encanto, Um poema cósmico, um sonho abraçado.
Ela gira em segredo, em espirais de mistério, Bordada com estrelas, joias do infinito, Nebulosas dançam em seu véu sedoso, Nas asas da noite, ela brilha, um afluente.
Distante e majestosa, em seu manto celeste, Andrómeda nos convida a contemplar, Os segredos do universo, os mistérios profundos, Que na noite escura, ela nos revela, a sonhar.
Em sua galáxia, uma sinfonia de luz, Bilhões de histórias, vidas por desvendar, Andrómeda, tu és nossa irmã cósmica, Nossa inspiração, nossa busca no olhar.
Assim, em poemas estelares, te celebramos, Andrómeda, beleza nas fronteiras do espaço, Que possamos, um dia, juntos desvendar, Os segredos que em teus braços vêm repousar.
A Lua que quase beijou a torre do Castelo de Noudar
Tive a oportunidade de realizar um workshop de fotografia noturna, em pareceria com o Parque de Natureza de Noudar, nos dias 18, 19 e 20 de agosto. O local possui excelentes condições noturnas para que este tipo de fotografia seja realizado. Praticamente não há luz artificial nas proximidades do parque e isso é uma mais-valia para a astrofotografia, por exemplo. Foi o caso desta imagem. Eu sabia que nesses dias, a Lua iria “passar sobre o castelo de Noudar”, se o ponto de registo desse momento, fosse as instalações da Herdade da Coitadinha (Parque de Natureza de Noudar). Dias antes havia consultado alguma informação ao nível de software que ajuda a perceber estes momentos únicos. Mas apesar dessa consulta e cruzamento de informação ao nível da tecnologia existente, não tinha a certeza disso mesmo. Corria o risco de ter de me movimentar para a lateral das instalações e isso poderia não ser possível dado que os terrenos são vedados para pasto dos animais que habitam o parque. Os nossos sentidos ainda são uma mais-valia para complementar a parte tecnológica do processo. E havia outra razão para estar um pouco sético, e que tem a ver com as condições meteorológicas. Por exemplo, as nuvens não podiam surgir ao final da tarde. Munido de uma câmara fotográfica e de uma objetiva de 600mm, montei o tripé no pátio exterior da Herdade por volta das 20h00 e aguardei pelo momento mais favorável ao registo fotográfico. O relógio marcava 20h27 quando a Lua “aparentemente descia” sobre a muralha do Castelo de Noudar. Foram registadas algumas fotografias em diferentes técnicas fotográficas e o resultado é este. Uma Lua que quase beijou a torre do Castelo de Noudar. O mundo é admirável. Só temos de o saber preservar. Sermos sustentáveis e consciencializar os políticos mais sépticos. Este é o meu desígnio.