Cape Reinga
Para quem, tal como eu, gosta de contacto com a natureza, encontra naquela região do globo, um lugar para fotografar, caminhar, ler um livro, escrever, viajar, ver coisas novas, mas, acima de tudo, viver a vida a “baixa velocidade” ou seja, a possibilidade de sentir-se vivo.
Na fotografia, o farol de “Cape Reinga” foi o primeiro sitio onde fotografei e consequentemente registei planos de timelapse. Este foi o local escolhido por mim, para dar inicio a uma aventura que me levaria a percorrer as duas ilhas da Nova Zelândia.
O farol foi a minha âncora para encontrar a coragem e vencer os desafios e, ao mesmo tempo, o guia que me apontou o caminho que iria percorrer nos dias seguintes.
Eu sabia que “Cape Reinga” era um local sagrado, de grande importância espiritual para o povo maori. É dali que os espíritos partem para o paraíso. Sente-se o chamamento das ondas do mar nas arribas. Apesar de tudo, ali fiquei, firme, na encosta da arriba, de “mãos nos bolsos” a imaginar o passado de um povo que usava a “Haka” como uma espécie de “grito de guerra” e dança ensaiada para afugentar o inimigo, mostrando assim que não estavam com medo dele.
E, de facto eu não tive medo, antes pelo contrário, encontrei ali forças para vencer todos os desafios que viriam a surgir nos dias seguintes.