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Etiqueta: Cometa

O cometa Nishimura (C/2023 P1)

Cometa Nishimura em Gondomar

O cientista japonês Hideo Nishimura descobriu no dia 11 de agosto um novo cometa, cuja passagem pela órbita do Sol foi prevista pela NASA para o início de setembro.
Agora, após uma curta, mas muito aguardada espera por parte dos amantes da astrofotografia, o cometa conhecido como Nishimura (C/2023 P1) atingiu o seu ponto mais próximo da Terra, e isso foi motivo para tentar registar este objeto celeste.
A fotografia mostra o cometa “por cima da capela do Calvário” em Gondomar e como se trata de um cometa periódico, só daqui a 400 anos é que será possível observá-lo novamente.
Depois de vários dias a estudar a posição do cometa de que toda a gente que gosta de astrofotografia, falava, no passado dia 8 de setembro, levantei-me às 4h00 da madrugada e desloquei-me para a zona do Monte Castro, local onde montei um sistema fotográfico que me ajudou na recolha de fotografias.
Depois de chegado ao local (por volta das 4h30), tive de escolher o melhor enquadramento possível com o objetivo de registar o cometa e para isso contei com o auxílio de software específico que me ajudou a orientar na direção do nascer do Sol, dado que era nessa zona que o objeto celeste iria surgir por detrás das serras do Parque das Serras do Porto.
Depois de posicionado os dois tripés que utilizei, comecei por registar algumas fotografias de teste, quando reparei que o relógio marcava 5h30 e a ténue luz do nascer do dia começava a surgir no horizonte.

Eu sabia que tinha uma janela de oportunidade muito pequena. Antes do nascer do Sol, eu tinha de fotografar o cometa, dado que a luz do dia iria impossibilitar o registo fotográfico. As dificuldades seriam muitas, desde logo a localização do cometa através da minha câmara fotográfica e esperar que as nuvens ou neblinas não surgissem na linha do horizonte. Com um pouco de sorte (que deu muito trabalho), as neblinas não surgiram e o registo fotográfico iniciou-se quando localizei o cometa a surgir por detrás das serras após uma fotografia de longa exposição (cerca de 20 segundos).
Isto só foi possível pois o sistema de “tracking” Sky Watcher que utilizei, permite que qualquer câmara que esteja acoplada a ele (neste caso foi utilizada uma objetiva de 200mm), vá acompanhando a rotação da Terra. De uma forma mais simples (pois o processo é um pouco complexo), pode-se dizer que este sistema é “apontado” à Estrela Polar e a partir daí qualquer objeto roda em torno desse eixo, o que permite por exemplo registar fotografias de longa exposição para capturar a ténue luz proveniente do espaço profundo e nunca perder definição. O que seria impossível com uma câmara estática.
Nunca seria possível registar exposições com duração superior a 12 segundos (mesmo com valores de ISO elevados), se não fosse com a ajuda deste equipamento, caso contrário as estrelas e planetas no horizonte, ficariam com um “risco” e não com um “ponto” de luz.
Depois de registar cerca de 250 fotografias (até às 6h45), poucos minutos antes do Sol surgir no horizonte, dei o registo por terminado e regressei a casa, local onde mais tarde viria a editar estas fotografias e com elas devidamente “empilhadas”, numa técnica que dá pelo nome de “stacking”, criar esta imagem. O facto de ser um profissional da fotografia e do vídeo e ao mesmo tempo possuir formação em Sistemas Informáticos, dá-me valências que possibilitam ir mais longe no mundo da fotografia. E o espaço profundo é todo um mundo novo que está a revelar-se às novas tecnologias.
Perceber que com uma simples câmara fotográfica e uma objetiva com algum “zoom”, podemos capturar imagens que os nossos olhos não veem, é deveras apaixonante e permite ter outra perceção da casa que habitamos (o planeta Terra) e todo o jardim ao seu redor (a Via Láctea).
Paulo Ferreira já registou imagens da Lua em alta resolução, da Via Láctea, da Galáxia de Andrómeda, da Nebulosa de Orion, das Perseidas, do Cometa Neowise e agora o Nishimura, entre outros objetos.
Contudo, este é um processo moroso, que dá algum trabalho, requer preparação e estudo e exige dedicação, mas que de certa forma dá prazer quando vemos a imagem surgir diante de nós. E neste caso em particular, tratando-se de um cometa, a satisfação é ainda maior.
Saibam mais sobre as minhas fotografias e vídeos em www.pauloferreira.pt

Paulo Ferreira e a história da fotografia do cometa Nishimura (C/2023 P1)

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O Cometa que passará pela Terra a uma distância de 42 milhões de km

O Cometa que passará pela Terra a uma distância de 42 milhões de km.

Cometa

Ontem à noite, dia 27 de janeiro de 2023, pelas 23H45, registei esta imagem do Cometa que está a cruzar o céu e que regressa após 50.000 anos.

Trata-se do “C/2022 E3 (ZTF)” e pode ser visto à noite, com equipamento próprio, desde que o céu esteja claro, não haja poluição luminosa e o brilho da Lua não incomode. Por acaso não foi o caso de ontem. A Lua estava presente e havia muita humidade no local (Moinhos de Jancido).

No entanto não desperdicei a oportunidade de registar a minha primeira imagem deste Cometa. E aguardo com ansiedade o final de janeiro, pois estará mais próximo da Terra, sendo mais fácil de fotografar.

Contrariamente ao que está a ser dito na comunicação social, este Cometa ainda não é visivel a olho nu e só com recurso a técnicas de fotografia conjugadas com sistemas de “tracking” é que se pode almejar uma imagem com alguma clareza.

Nesta fotografia é visivel a luz verde que caracteriza este Cometa e o seu núcleo gelado que é libertado quando se aproxima do Sol.

O cometa atingiu seu periélio em 12 de janeiro de 2023, a uma distância de 1,11 UA (166 milhões de km) e a aproximação mais próxima da Terra será no dia 1 de fevereiro de 2023, a uma distância de 0,28 UA (42 milhões de km).

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