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Etiqueta: Nature

Melro-d´água (Cinclus cinclus)

Melro-d´água (Cinclus cinclus)

Paulo Ferreira (Fotografia e vídeo de natureza):

Gosto de fotografar a flora e fauna natural. Gosto de fotografar o céu e as estrelas. O dia e a noite. Gosto de fotografar e pronto. Mas confesso que quando me iniciei na fotografia de natureza, estava longe de pensar que algum dia isso me iria dar prazer. O simples prazer de observar, de admirar, de imortalizar, de dar a conhecer, ou simplesmente guardar na minha memória. Estar em contacto com o mundo natural, é estar próximo da vida. Sentir o mundo e perceber a sua fragilidade. E acreditem que me agarro à vida, como quem saboreia um chocolate. É até ao último pedaço. E foi com esta premissa que tenho vindo a aperfeiçoar a técnica que está inerente a quem almeja a conceção de tão difícil fotografia. Seja uma simples ave, ou um simples mamífero. Ou um escaravelho. Ou seja, desde o ser “macro” ao maior objeto do espaço profundo. Neste caso foi uma ave. Uma ave que tem vindo a desaparecer dos rios mais isolados da zona onde vivo. Falo por exemplo do curso de água cuja foz fica em Rio Mau – Penafiel. De vez em quando percorro uma parte deste afluente do rio Douro, na parte mais a montante, nas proximidades de Cabroelo. E foi por ali que fotografei esta espécie. Nesse dia, o meu objetivo não era fotografar o Melro-d´água e como tal quando me deparei com a sua presença junto a uma pequena queda de água, fiquei surpreso. Lembro-me que me escondi um pouco para não assustar a pequena ave e munido de uma câmara fotográfica e de uma objetiva de 600mm, fui registando algumas fotografias e de entre as quais selecionei esta. Depois de vários minutos a observar a ave a entrar e a sair da água, reparei que tinha os pés completamente molhados, pois na ânsia de me embrenhar na natureza, havia pisado uma pequena poça de água, que havia ficado retida na margem. Habitualmente pergunto-me se não são estas histórias que me dão prazer e me incutem uma vontade enorme de continuar.

Joel Neves (Biólogo):

Pequeno e rechonchudo, de tonalidade predominantemente castanha e com uma mancha branca grande no peito, o melro-d’água (Cinclus cinclos) é um símbolo dos rios das terras altas do Norte e Sul do país. Esta espécie está praticamente ausente do litoral e a sul do Tejo, e apenas ocorre em linhas de água límpidas, pouco profundas, de regime torrencial com rápidos/represas/quedas de água e com pedras expostas. É residente e tem, essencialmente, hábitos sedentários, sendo por isso possível de ser avistado todo ano nas zonas de reprodução ou muito próximas destas. Apenas muito excecionalmente, podem-se deslocar para mais perto do litoral ou zonas de menor altitude aquando da dispersão dos juvenis na época da migração pós-nupcial. O ninho consiste numa pequena taça de musgo com uma entrada lateral, feitos em locais inconspícuos e inacessíveis na face de rochas ou debaixo de represas e, por vezes, até mesmo por trás de quedas de água.
Detentor de comportamentos muito particulares, o melro-d’água é um regalo para aqueles que têm um fascínio pela observação de aves e/ou fotografia da natureza. A sua característica “dança”, com o balancear do corpo de cima para baixo, pousados numa rocha no leito de um rio e a sua fantástica forma de capturar as suas presas de eleição, os invertebrados aquáticos, onde para isso mergulham (podendo chegar a 1m de profundidade) e nadam usando as suas asas, são dos espetáculos mais fascinantes na nossa avifauna.
Embora não se encontre com estatuto de conservação desfavorável, as tendências populacionais do melro-d’água seguem a da maioria das espécies de aves a nível global, um decréscimo na última década. As principais causas que contribuem para tal, são a poluição das linhas de água montanhosas e a perturbação humana em locais de nidificação.

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Vislumbrei por entre as rochas, algumas cabras-monteses

Cabra-montes

Havia percorrido um trilho naquele que gosto de designar “Gerês profundo”. Depois de várias horas de caminho, vislumbrei por entre as rochas, algumas cabras-monteses que aqui encontram refugio. Aninhei-me para que não me vissem e por ali fiquei a admirar o malabarismo prodigioso deste animal selvagem. Alguns minutos mais tarde, surgiram duas na lateral de um enorme maciço granitico. Fui recolhendo algumas fotografias, de entre as quais divulgo esta.

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Foi no mês de Agosto, o mês das Senhoras

Artigo Vivacidade da edição de agosto de 2023

Foi no mês de Agosto, o mês das Senhoras. Minha avó agarrava-me pelo braço e furava a multidão. Não dava fé, havia deixado o tino lá atrás preso à figura sem tempo que esquadrinhava o terreiro da capela: fechava um olho para ver e deixava o aberto escondido por detrás de um aparelho com que fazia mira ao magote de aldeãos, como a caçadeira do meu avô apontada aos coelhos. Que estranha maneira de olhar. Foi num dia de romaria.
Anos galgados, recordo o momento em que fechei um olho para ver melhor a criação do mundo. Artífice menor, dediquei o meu espanto à arte encantatória de domar o tempo a cristalizar miradas. Um dia, encarando o Perito Moreno, percebi que a vida se esvai num contínuo: ora breve, ora furioso. Mas contínuo, tal como o glaciar consumido por si mesmo.
Aportei cais distantes; falei sem saber, ouvi sem perceber. Palmilhei sete léguas de terra e um oceano de baleias. Apontei ao bailado nos céus e não sei se vi anjos na neve. Fui ao Norte. Fui ao Sul. Percorri o deserto. Ouvi a Terra e o gado apascentado no regresso à corte. Semeei histórias, plantei pomares. Fiz-me à noite e às estrelas, outros mundos. Busquei lagartos, trasgos e olharapos. Domei moinhos, castelos, catedrais. Dormi à chuva, temporais. Demandei o mar. Abri velas aos ventos do levante e percorri a planície. Matei o tempo contando nuvens. Procurei o pássaro de ouro e encontrei o canto do rouxinol. Ofereceram-me mariposas, pão e vinho. Bebi com eles, trocámos verdades. Venci prémios, galardões; perdi no dominó – sou santo da casa! A lua espera-me cavalgando as montanhas e o sol morrente é um convite ao torpor. Perdi-me de mim ao encontrar o Fitz Roy e os amigos aguardam o meu regresso sentados à mesa.

Ilustração de Jorge Grator Ferreira (baseada em fotografia de Custódia Sousa) | Texto de Paulo Santos (baseado nas minhas histórias ao redor do mundo).

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Paulo Ferreira realiza III edição do Cinema nos Moinhos

Paulo Ferreira - Cinema nos moinhos

Ontem, dia 29 de julho de 2023, realizou-se a 3ª edição do “Cinema nos moinhos”. Foi uma noite memorável. Anualmente realizo o evento em parceria com os Moinhos de Jancido. A noite foi preenchida com a musica do Quarteto ERMA e Eduardo Rêgo falou sobre a consciência ambiental e o seu projeto Loving the Planet. Coube a mim a apresentação de uma sequência de fotografias que registei recentemente na zona dos moinhos de Jancido e terminei com a mostra do documentário “Naturalmente Flores”. Pelo meio ainda houve tempo para entregar os prémios do concurso de fotografia “Biodiversidade nos moinhos de Jancido”.

Antes da noite cair e sermos contemplados com imagens únicas dos Moinhos de Jancido e de outros locais ao redor do mundo, tive a possibilidade de apresentar ao Eduardo Rêgo do projeto Loving the Planet, o trabalho realizado pelos “Rapazes de Jancido”. Foi-lhe proporcionada a plantação de uma árvore, num dos vários locais dos moinhos de Jancido, onde estão a tentar salvaguardar algumas espécies autóctones.

Foi uma noite diferente, num lugar idílico, com uma moldura humana que nos surpreendeu a todos e acima de tudo, interessada.

Paulo Ferreira - Cinema nos moinhos
Paulo Ferreira - Cinema nos moinhos
Paulo Ferreira - Cinema nos moinhos
Paulo Ferreira - Cinema nos moinhos

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Documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente” estreia na Escola Dramática e Musical Valboense

Ontem, dia 07 de junho de 2023, realizou-se a estreia do documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente”. A apresentação teve lugar na Escola Dramática e Musical Valboense, pelas 21h30. Após a mostra do documentário, seguiu-se uma conversa entre todos os presentes. O relógio marcava as 24h00 e o público não arredava pé. Na minha opinião foi um sucesso. Uma iniciativa pessoal em parceria com outras entidades, num processo de cidadania. Obrigado a todos os presentes.

Paulo Ferreira - Documentário Parque das Serras do Porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto

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Naturalmente Flores estreia nas Lajes das Flores

O documentário “Naturalmente Flores” estreou no passado dia 22 de abril, pelas 21H00 no auditório do Museu Municipal de Lajes das Flores. A data foi escolhida para coincidir com as comemorações do Dia da Terra. Surpreendentemente o auditório encheu-se de pessoas que mostraram curiosidade em ver o filme. Apesar de ser um filme sobre a Ilha das Flores e que os seus habitantes poderiam achar que já tinham visto tudo, não se verificou isso.

Este trabalho começou a ser realizado em 2022 e teve a colaboração de biólogos, geólogos e técnicos ambientais, bem como de algumas entidades da ilha das Flores, nomeadamente a Secretaria Regional do Ambiente e o Parque Natural das Flores. A narração ficou a cargo de Eduardo Rêgo e o trabalho tem a marca “Loving The Planet”. O evento teve cobertura da RTP Açores e o documentário será apresentado ao publico dentro de alguns dias.

Enquanto autor do trabalho, fiquei com a sensação de que os presentes no dia da estreia ficaram impressionados com a qualidade e os conteúdos do filme.

Foi com enorme emoção que ouvi da parte de um “Florentino” que o documentário o surpreendeu pela parte poética, enquanto aborda o lado científico da fauna e flora, retratados no filme. Essa é a minha imagem de marca e que gosto de incorporar nos trabalhos que realizo.




O trailer do filme pode ser visualizado aqui:

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This Is Our Time – O documentário curto Português de Paulo Ferreira que venceu em Cannes

THIS IS OUR TIME – O DOCUMENTÁRIO CURTO PORTUGUÊS DE PAULO FERREIRA QUE VENCEU EM CANNES

This is Our Time, o documentário curto realizado na Islândia pelo olhar de Paulo Ferreira é vencedor no Cannes Corporate Media & TV Awards 2020 na categoria de Enviroment, Ecology and Sustainability.

Este é o mais recente documentário curto de Paulo Ferreira realizado na Islândia e que traz consigo uma mensagem de sensibilização para os comportamentos humanos em relação ao planeta e à casa que todos habitamos. Já reconhecido em festivais um pouco por todo o mundo, foi também premiado com “Award of Excellence”, na categoria “Best Documentary Short”, no festival internacional de cinema Vegas Movie Awards, em Las Vegas, em agosto deste ano.

Apesar de ter sido produzido no período pré-pandemia, a mensagem que este difunde é uma mensagem de alerta para os tempos que correm, para a mudança necessária perante o mundo, que se revelou completamente adaptada aos tempos que se vivem atualmente, em contexto de pandemia. Nas palavras do realizador: “este é o nosso tempo. O tempo de repensar comportamentos, o tempo de nos lembrarmos que todas as nossas ações trazem consequências. O tempo da era humana mostrar o seu valor e que somos merecedores de habitar esta casa, a que chamamos Terra.”

O trabalho de Paulo Ferreira é já bem reconhecido dentro e fora de fronteiras: recentemente viu também premiado um trabalho realizado em tempos de confinamento, na cidade do Porto, que lhe valeu 3 prémios no Festival internacional de Cinema Finisterra Arrábida Film Art & Tourism Festival. A estes três prémios juntou-se uma Menção Honrosa por parte do Presidente do Júri.

Quem acompanha o trabalho do realizador não fica indiferente às imagens e às mensagens que este transmite. O reconhecimento mundial do trabalho desenvolvido por Paulo Ferreira na promoção de mensagens de sensibilização e consciencialização ambiental e promoção de lugares singulares, através de um olhar que evidencia a beleza é já uma característica de todo o trabalho realizado. As imagens captadas e acompanhadas por narrativas que conectam com as pessoas são apanágio do realizador. A par destas mensagens, que dissemina pelo mundo, Paulo Ferreira homenageia o lado belo das paisagens, dos lugares, de Portugal e do mundo.

This is Our Time, narrado em língua inglesa pela voz de Conrad Harvey e texto de Laurence Alves está a ser valorizado e reconhecido em festivais de referência mundiais que reveem no trabalho deste realizador português um nível que concorre – e vence – perante trabalhos desenvolvidos no mundo inteiro.Paulo Ferreira afirma a marca de Portugal no mundo, difundindo uma mensagem global e universal, que não tem fronteiras.

This is Our Time pode ser visto online em: https://pauloferreira.pt/portefolio-de-filmes/this-is-our-time/

Mais informações sobre os prémios atribuídos a este e a outros trabalhos da sua autoria em:

Cinema – pauloferreira.pt

Veja o vídeo do prémio e a mensagem do Paulo Ferreira

Estreia do vídeo Wild Is Life no canal do Youtube

Estreia do vídeo Wild Is Life

Estreia do vídeo Wild Is Life

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Realizei este vídeo (com uma seleção de imagens de alguns dos meus filmes realizados na Noruega, Chile, Argentina, Nova Zelândia e Islândia), com o objetivo de motivar as pessoas a cuidar da nossa casa, o Planeta Terra. Sintam cada maravilha do nosso Planeta e procurem a consciência necessária para em cada gesto, ter atenção aos danos que lhe causamos.

Não será demasiado tarde para mudar o atual estado das coisas. Pelo menos deveremos melhorá-las. A ciência e a tecnologia existe, pelo que só falta a vontade
política. A grande dificuldade (tal como diz David Attenborough), será fazer com que as pessoas se importem. Este será o primeiro passo.

Partilha o vídeo do Youtube.

Veja o vídeo no canal do Youtube

This Is Our Time premiado no Festival Internacional de Cinema de Turismo Art & Tur

O filme “This Is Our Time” foi premiado hoje, com o primeiro lugar na categoria “Sustainable & Responsible Tourism”. Paulo Ferreira viu assim reconhecido o seu mais recente filme produzido na Islândia, no prestigiado ART & TUR – International Tourism Film Festival. Trata-se de um filme que aborda a problemática ambiental, procurando incutir nas pessoas uma maior consciência acerca das alterações climáticas.

A 13ª edição do ART & TUR – International Tourism Film Festival, decorreu este ano em Viseu. É considerado um evento ímpar no panorama nacional e internacional dos festivais de cinema, com um prestígio e notoriedade que crescem de ano para ano. O vídeo que documenta esse momento pode ser visualizado no youtube.

A concurso estavam filmes de turismo provenientes de todo o mundo. Trata-se assim de um grande evento de promoção turística audiovisual, que tem como missão apoiar o marketing de destinos e de produtos turísticos. Devido à sua integração no Comité Internacional dos Festivais de Cinema de Turismo (CIFFT), o ART&TUR é uma das etapas do circuito internacional de festivais em que se elege, anualmente, os dez melhores filmes de turismo feitos em todo o mundo.

O catálogo do festival onde surge o filme “This Is Our Time”, pode ser consultado aqui: ART & TUR

Um agradecimento especial a todos os patrocinadores deste filme:

Clínica de Gondomar Medicina Dentária | Rosalar Eletrodomésticos | Delete Informática | PTlapse Lda | DentalDoctors Gondomar | Goldnature | PPSEC Engenharia | Opticália Gondomar | LadoB Café | Claranet Portugal

  • Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

    Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

  • Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

    Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

  • Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

    Paulo Ferreira premiado no ART & TUR

This Is Our Time vence em Las Vegas

This Is Our Time premiado em Las Vegas
This Is Our Time premiado em Las Vegas
O festival internacional de cinema “Vegas Movie Awards”, em Las Vegas, premiou hoje o filme “This Is Our Time“, atribuindo-lhe um “Award of Excellence”, na categoria “Best Documentary Short”.
O filme foi realizado na Islândia e a mensagem que contém é a de que nunca como hoje foi tão urgente preservar os poucos espaços naturais que ainda existem, ou seja, cuidarmos da nossa casa, o planeta Terra.
Paulo Ferreira estreou no passado dia 16 de novembro de 2019, pelas 17H00 na Casa do Infante, no Porto, o seu mais recente filme, “This Is Our Time”. O filme foi tornado publico no dia da Terra, a 22 de abril de 2020, em pleno período de pandemia.
É este mesmo filme (um documentário curto realizado na Islândia), com o título de “This Is Our Time” que está a ser premiado por variadíssimos festivais internacionais de cinema, nomeadamente o mais recente em Las Vegas.
Um agradecimento especial a todos os patrocinadores (identificados nos créditos do filme), bem como aos que trabalharam para que este filme fosse um sucesso. São eles a Laurence Alves, o Conrad Harvey, o Paulo Silva, o João Sousa e o Marco Ribeiro.

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