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Etiqueta: Nordlys

Green Fest 2017 – 3 anos depois

Paulo Ferreira no festival Green Fest em Belgrado

Faz precisamente hoje 3 anos que viajei para Belgrado na Sérvia. A convite dos organizadores do festival de cinema “The International Festival of Green Culture”, normalmente designado por “Green Fest”, participei como orador sobre a problemática ambiental. O motivo do convite foi o facto  do filme “Nordlys” ter sido premiado na categoria de melhor filme curto. Foi um momento muito enriquecedor na minha vida, uma vez que me possibilitou conhecer outras pessoas e outras culturas. Tive a possibilidade de conhecer o Exmo. Sr. Augusto José Pestana Saraiva Peixoto, Embaixador de Portugal na Sérvia, a quem entreguei uma edição diária de um jornal português (a seu pedido) e também o meu livro “Patagónia – A Ponta do Mundo”.

Paulo Ferreira entrega um exemplar do seu livro “Patagónia – A Ponta do Mundo” ao Exmo. Sr. Augusto José Pestana Saraiva Peixoto na embaixada de Portugal em Belgrado.

Algumas fotografias que registam a sua presença em Belgrado. Mais informação na página web do festival Green Fest.

Noruega

Na procura de lugares com fraca poluição luminosa, dei por mim a viajar para a Noruega, com o objectivo de realizar um filme que de certa forma chamasse a atenção de todos nós, para este problema que cresce de dia para dia em todo o planeta. A luz artificial. Quase todas as cidades estão repletas de luz artificial que impossibilita a visualização nocturna das estrelas e planetas que pintam o céu à noite. Um dos fenómenos naturais mais extraordinários visíveis no hemisfério Norte, são as Auroras Boreais (as luzes do Norte) e foram a referência para todo o filme que eu pretendia produzir. Por essa razão, era necessário ir a sítios remotos registar planos de timelapse a estas partículas carregadas provenientes do Sol e que quando tocam os campos magnéticos dos pólos, brilham numa paleta de cores fantástica.
Tal como é visível nesta fotografia que completa este texto, a melhor forma de percorrer grandes distâncias nas paisagens brancas da Noruega, é utilizar trenós puxados por cães. Neste caso em particular foi apenas uma viagem orientada por uma guia, para descobrir novas paisagens, que pudessem ser locais de excelência para o registo de timelapse nocturno. Lembro-me que sensivelmente a meio da expedição, os cães já não tinham capacidade física e eu próprio tive de saltar para a neve e empurrar o trenó até ao ponto de partida.
Quando cheguei á base, quase todos os cães deitaram-se na neve tal era o cansaço. Tive de ir buscar forças e coragem para lhes dar um “mimo” e agradecer todo o seu esforço. Uma memória que recordarei para sempre.

Nordlys

Terra, o nosso planeta.
É o único planeta no nosso sistema solar, conhecido por albergar vida.
Todas as coisas que precisamos para sobreviver são-nos fornecidas sob uma fina camada de atmosfera que nos separa do vazio inabitável do espaço.
A Terra é composta por sistemas complexos e interactivos que são muitas vezes imprevisíveis.
Ar, água, terra e vida, incluindo os seres humanos, unem forças para criar um mundo em constante mudança e que nos esforçamos por entender.
Consegues imaginar a nossa Terra sem os seres humanos? Olha para estas paisagens!
Contempla a sua beleza! Contempla-a com paixão.
Esta é a Terra, a nossa casa, o nosso lugar… Por favor, mantém-na viva! Olha para ela com paixão, com a paixão de quem ama e preserva-a!
O nosso planeta está numa rápida rotação e o núcleo de níquel-ferro fundido dá origem a um campo magnético, que o vento solar distorce em forma de lágrima.
O vento solar é uma corrente de partículas carregadas, continuamente ejectadas do sol.
O campo magnético não se desvanece para o espaço, mas tem fronteiras bem definidas.
Quando as partículas carregadas do vento solar são capturadas pelo campo magnético da Terra, colidem com as moléculas de ar acima dos polos magnéticos do nosso planeta.
Estas moléculas de ar, em seguida, começam a brilhar e são conhecidas como as auroras, ou as luzes do Norte e do Sul.
Esta é a Terra, a nossa casa, o nosso lugar… Por favor, mantém-na viva! Olha para ela com paixão.
Com a paixão de quem ama… e preserva-a!
Desliga as luzes e desfruta de um fenómeno único na Terra, com a paixão daqueles que amam.
E a Terra é a nossa nave espacial, o nosso globo bonito, delicado, dançando elegantemente em torno do sol para uma eternidade finita. É a nossa linda bola de água e ar. É tudo o que temos e tudo o que poderemos ter. Compete-nos a nós preservá-la e protegê-la. Porque esta é a nossa única casa. Nosso planeta… Nossa Mãe… Nossa… Terra.
Bem-vindo a casa.

Paulo Ferreira premiado em Los Angeles num festival de cinema independente

Gondomar, Porto, 08 jun (Lusa) – O produtor português Paulo Ferreira recebe sábado em Los Angeles, Estados Unidos, dois prémios no âmbito de um festival que é descrito como os “Óscares” dos documentários independentes por um trabalho realizado na Noruega.

Trata-se do Hollywood International Independent Documentary e Paulo Ferreira venceu nas categorias de documentário e de melhor fotógrafo de ‘timelapse’, uma técnica que consiste em sequências de fotografia reproduzidas em vídeo com o tempo a apresentar-se de forma muito rápida.

O vídeo com o qual o produtor português venceu os “Óscares” do documentário independente chama-se “Nordlys – the northern lights” e versa sobre as auroras boreais, um fenómeno natural que só é possível visualizar em locais de pouca iluminação artificial como é o caso das zonas acima do Círculo Polar Ártico.

Paulo Ferreira fotografou durante uma semana na Noruega com dois objetivos: “por um lado alertar para a evolução da Terra e dar a conhecer fenómenos naturais e por outro mostrar a beleza das auroras boreais”, descreveu à agência Lusa.

“Tive sorte com o fenómeno porque nos dias em que lá estive fui brindado com auroras boreais intensas”, acrescentou.

O “Nordlys” – que corresponde à designação norueguesa para “Luzes do Norte” – é composto por mais de nove mil fotografias, tem narração do americano Conrad Harvey e é completado por uma parte narrativa cedida pela NASA.

“Não estava à espera. O facto de ter ganhado este prémio pode não significar, de imediato, um retorno direto, mas é bom sentirmos que aquilo que fazemos e em que nos empenhamos é reconhecido. Até porque muitas das vezes colocando os nossos recursos quer pessoais, quer profissionais e familiares ali”, apontou Paulo Ferreira que se descreve um “autodidata” e “apaixonado” pela técnica de ‘timeplace’.

A par do trabalho no terreno, Paulo Ferreira, que é desenhador, projetista e informático, contou à Lusa que tem vindo a aperfeiçoar os seus próprios equipamentos de modo a explorar todas as potencialidades da técnica, solicitando, nomeadamente, parcerias a pessoas ligadas à área da robótica.

O vídeo vencedor no Hollywood International Independent Documentary foi realizado graças a uma campanha de ‘crowdfunding’ (apelo ao financiamento coletivo de projetos através de uma plataforma ‘online’), na qual Paulo Ferreira conseguiu cerca de metade (1.800 euros) da verba necessária para a viagem, alojamento e transporte de material, enquanto o restante foi investimento próprio.

“Por muito que nos empenhemos, há sempre luz artificial nas proximidades ao local onde apontamos as nossas objetivas, daí que tenha procurado um local onde podia ver-me livre dessa poluição”, descreveu Paulo Ferreira que voltou da Noruega com menos seis quilos depois de fazer vários percursos em trenó com “neve até ao pescoço”.

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