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Etiqueta: Ponta do Mundo

Prémio no Cannes Corporate Media & TV Awards

Golfinho de prata
Golfinho de prata no festival de Cannes

Paulo Ferreira recebeu, no dia 27 de Setembro, um prémio de cinema (normalmente designado por “Golfinho”) no festival Cannes Corporate Media & TV Awards. A distinção foi atribuída ao documentário curto “Patagónia – The Tip Of The World”. Os prémios Cannes Corporate Media & TV já vão na nona edição.

A cerimónia – designada por “Dias dos prémios em Cannes” – aconteceu nos dias 26 a 27 de setembro. Tradicionalmente, o programa inicia-se na quarta-feira com a noite de boas-vindas no InterContinental Carlton. Na quinta-feira, uma série de palestras acontece durante o dia e os interessados também podem visitar o centro de media do InterContinental Carlton Hotel.

Os vencedores são premiados com um “Dolphin in Gold, Silver, Black or Blue” e são revelados durante o Jantar de Gala dos Prémios. Este ano, a cerimónia foi apresentada por Louise Houghton. Mais informação em: https://www.cannescorporate.com/en/

Ushuaia

Depois de quase um ano de planeamento e preparação eis que chega o mês de Abril e com ele a possibilidade de conhecer mais de perto uma região que remete para o imaginário do contacto com a natureza e a vida selvagem, a Patagónia, a ponta do Mundo.

Associamos a Patagónia a imagens de enormes planícies, típicas da região meridional da América do Sul, ricas em pastagens polvilhadas por tufos dourados, a que em cada curva da estrada surgem animais selvagens por entre cercas que o Homem fez questão de erguer, como demarcações definitivas obrigadas por uma vizinhança conflituosa.

É esta mesma região, separada entre si por muitos quilómetros de trilhos e estradas, planícies varridas pelo vento, que acolhe montanhas íngremes, lagos gelados, enormes glaciares e a Lenga, árvore representativa do bosque andino patagónico que pelo tom da sua folhagem na incidência da luz solar faz acreditar que aquela é, de facto, a Terra do Fogo.

Aqui, estão presentes todos os elementos da natureza – terra, água, ar e fogo. É esta terra, dividida pela enorme cordilheira andina, que apresenta as duas faces da ponta do Mundo: inóspito e ao mesmo tempo completamente irresistível.

Saído de Portugal fiz escala no Rio de Janeiro, Brasil, para visitar parte da minha família que há décadas lá vive. Cada reencontro é, sempre, uma descoberta.

Dois dias depois, rumei a latitudes mais a sul: uma escala técnica em Buenos Aires, Argentina, e rapidamente estava a caminho de Ushuaia, a terra do fogo, dos pinguins e do canal de Beagle. Não resisti a imaginar-me a bordo de um qualquer casco à deriva no Atlântico e varrido pelos ventos alísios.

Ushuaia foi o primeiro pedaço de terra que pisei na Patagónia. O seu nome provém do idioma indígena yagan (ushu + aia) que significa baía profunda. Assaltou-me a sensação de que, afinal de contas, eu não passava de um simples colono, mas agora munido de uma câmera fotográfica e que, tal como os antepassados que a habitaram, chegava à cidade mais austral do planeta.

Seria aqui em Ushuaia que viveria intensamente os dias seguintes.