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Etiqueta: Natureza

Paulo Ferreira realiza novo documentário natural na ilha Graciosa

Documentário natural na ilha Graciosa

Paulo Ferreira divulgou hoje o seu próximo projeto de documentário natural. Desta vez será na ilha Graciosa, no arquipélago dos Açores e terá o apoio das seguintes entidades e empresas:
Governo dos Açores – Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Lado B – A Melhor Francesinha do Mundo, Opticalia Gondomar, Divingraciosa, Município Santa Cruz da Graciosa, Rent-a-car Graciosa, Claranet Portugal, Moinho de Pedra – Turismo Rural. Se achas que deves apoiar este ou os próximos trabalhos, entra em contacto.

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Concurso de Fotografia “Biodiversidade nos Moinhos de Jancido”

Concurso de fotografia

O concurso de Fotografia “BIODIVERSIDADE NOS MOINHOS DE JANCIDO” é organizado por Paulo Ferreira e pelos “Rapazes de Jancido” e insere-se no evento “Cinema nos moinhos” que terá lugar no próximo dia 29 de julho de 2023. Tem como objetivos principais, refletir e consciencializar a população em geral sobre a importância da Biodiversidade na zona dos Moinhos de Jancido, assim como desenvolver a criatividade e a expressividade.

O prazo de envio dos trabalhos originais decorre até ao dia 24 de julho de 2023 (será considerada a data de carimbo dos C.T.T.). As cópias apresentadas não serão devolvidas.

Para participar devem ler o regulamento do concurso: Regulamento

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Notícia Vivacidade sobre o recente documentário do Parque das Serras do Porto

O documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente” cuja estreia aconteceu no passado dia 7 de junho de 2023, tem sido um enorme sucesso no que á divulgação do estado atual do parque diz respeito. Após a sua visualização seguiu-se uma mesa redonda com vários convidados de entre os quais se salienta: Eduardo Rêgo (Loving the Planet), Arquitecta paisagística, Filipa Almeida (Apijardins), Serafim Riem (Iris – Associação Nacional de Ambiente), Prof. José Alberto Loureiro Pereira, Vitor Parati, Joel Neves – biólogo e António Gonçalves (dos rapazes de Jancido).

Esta semana foi notícia no jornal Vivacidade.

noticia-vivacidade

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Em busca dos pirilampos perdidos

Pirilampos

Era um dia, como todos os dias de verão. Ou se calhar, não.
O relógio marcava 21h30, o sol de cor quente desaparecia na linha do horizonte. Tinha comido qualquer coisa a correr e sem dar por isso, percorria um caminho que escurecia a cada passo, junto às margens do rio Sousa. Os meus olhos começavam a habituar-se à ausência de luz natural. E apesar de tropeçar aqui ou ali numa pedra ou numa raiz do caminho, não desviei o olhar de uma ou de outra luz que piscava ao meu redor. Eu seguia-as a cada passo. O caminho parecia um túnel feito de árvores e arbustos e os seus ramos faziam questão de me despentear. Parecia que estava a entrar num filme fantástico, numa outra realidade. Aos poucos, aquela pequena luz amarela que piscava ao meu redor, foi-se juntando a outras que piscavam ainda mais. O entusiasmo cresceu e o mundo fantástico dos pirilampos revelou-se. E por ali fiquei a observar aquele mundo. Quando dei por mim, estava a seguir aquelas pequenas luzes para todo o lado. Para a esquerda, para a direita, para cima e para baixo. Quase a perder o equilíbrio, pisquei os olhos mais uma vez e disse para mim que era chegada a hora de registar aquele momento. De acordar e de começar a trabalhar. A noite seria longa. As rãs fizeram questão de me acompanhar no processo de montagem do tripé e das definições da câmara fotográfica. Foi ao som delas que a noite se tornou ainda mais animada. Por lá passaram umas quantas pessoas que vinham ver o fenómeno e alguém me dizia: “Parece um filme do avatar”.

Citando Alberto Caeiro, eu atrevo-me a dizer:

O Mundo não se Fez para Pensarmos Nele

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender …

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar …
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar…

Pirilampos
Pirilampos

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Hoje de manhã saí muito cedo

Garça-real (Ardea cinerea)

Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer…Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.Assim tem sido sempre a minha vida, e
assim quero que possa ser sempre —
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro, in “Poemas Inconjuntos”

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Documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente” estreia na Escola Dramática e Musical Valboense

Ontem, dia 07 de junho de 2023, realizou-se a estreia do documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente”. A apresentação teve lugar na Escola Dramática e Musical Valboense, pelas 21h30. Após a mostra do documentário, seguiu-se uma conversa entre todos os presentes. O relógio marcava as 24h00 e o público não arredava pé. Na minha opinião foi um sucesso. Uma iniciativa pessoal em parceria com outras entidades, num processo de cidadania. Obrigado a todos os presentes.

Paulo Ferreira - Documentário Parque das Serras do Porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto

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Parque das Serras do Porto – um olhar independente

Parque das Serras do Porto – um olhar independente.
Um trabalho independente sobre o estado atual da área verde mais importante do Grande Porto. E que na minha opinião não está a ser devidamente acautelada.
Este documentário de cerca de 12 minutos contou com os depoimentos de Jorge Gomes, José Pereira, Vitor Parati, Serafim Riem e Filipa Almeida.
Um projeto de consciência Loving the Planet.

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O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental – EPROMAT

EVENTO_EPROMAT

Paulo Ferreira irá realizar uma palestra intitulada “O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental”, na Escola Profissional de Matosinhos (EPROMAT). O evento realiza-se no dia 5 de junho pelas 10H00. Entrada livre. O convite endereçado ao Paulo Ferreira é sinónimo de que o trabalho que tem realizado, começa a ser interessante para as escolas, palco da formação daqueles de quem se espera um futuro melhor.

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O tordo-ruivo (Turdus iliacus)

Tordo-ruivo

Paulo Ferreira (Fotografia e vídeo de natureza):

Lembro-me que o mês de março chegava e a chuva não dava tréguas. Estava ansioso por fotografar o tordo-ruivo, uma ave que supostamente havia sido avistada alguns dias antes no vale do Ferreira, mas o tempo não ajudava. Finalmente, depois de uma semana de chuva intensa, o sábado chegou e manhã bem cedo, coloquei-me a caminho da margem direita do rio Ferreira, já muito próximo da foz com o rio Sousa. Quando lá cheguei, por volta das 07h00, o frio fazia-se sentir e o caminho junto ao curso de água estava coberto de lama, em virtude do rio ter galgado as suas margens nos dias anteriores. Apesar disso, não me deixei desmotivar e rapidamente coloquei-me a caminho. Ao fim de 5 minutos de caminhada, as botas pesavam quase 5 kg cada uma, de tanta lama agarrada ás solas. Mas lá fui. A vontade de encontrar e fotografar esta ave, era mais forte do que tudo o resto. Por outro lado, a lama ajudava a que não fizesse tanto barulho e permitiu-me aproximar um pouco mais do local onde eu ouvia o seu canto, um característico chamamento metálico e decrescente. Munido de uma objetiva de 600mm, eu sentia-me capaz de fotografar aquela ave. Contudo não foi bem assim. Apesar de ter o equipamento necessário para o conseguir, a tarefa foi complicada pelo constante voo do ave. Os poucos exemplares que avistei não permaneciam muito tempo nos ramos das árvores mais altas e isso dificultava o meu trabalho. Quando ouvi ao longe o sino de uma igreja a anunciar as 10h00, tomei consciência de que a tarefa não estava a ser produtiva e decidido, embrenhei-me nos ramos de um salgueiro e tentei disfarçar-me ao máximo. E ali fiquei. Sentado na lama, procurei uma abertura por entre os ramos e rapidamente verifiquei que os tordos já não estavam tão ativos. Talvez porque não me viam? Talvez fosse. O certo é que lá fui conseguindo registar algumas fotografias como é o caso desta. Duas horas depois, regressava a casa, carregava o “peso” das fotografias, vinha mais “rico” e sentia-me realizado.

Joel Neves (Biólogo):

O tordo-ruivo (Turdus iliacus) é uma das quatro espécies vulgarmente denominadas de tordo da nossa avifauna, e um invernante relativamente comum, que pode passar facilmente despercebido a quem, principalmente, não conhece o seu característico chamamento metálico e decrescente. Visualmente, distingue-se dos demais tordos pelos flancos ruivos, bastante notório na base das asas durante o voo, por ostentar uma risca branca acima do olho (listra supraciliar) e base do bico amarela.
Os primeiros indivíduos começam a ser observados no nosso território em finais de Outubro estabelecendo-se por cá até meados de Março, aquando dão inicio à sua longa viagem de retorno para os seus locais de nidificação, desde a Islândia e Escandinávia até ao norte da Ásia. Em locais mais sossegados e longe da poluição sonora, é possível ouvir dezenas de indivíduos a emitir as suas características vocalizações enquanto efetuam as suas deslocações migratórias durante as noites mais frias de outono.
Um pouco como a maioria das aves migradoras que por cá passam o inverno, a população invernante desta espécie varia de número de efetivos consoante as condições e disponibilidade de alimento nos seus locais de nidificação e nos locais de invernada no centro da Europa. São aves gregárias, ou seja, formam bandos e associam-se frequentemente com outras espécies de tordos, como o tordo-comum (Turdus philomelos) ou a tordoveia (Turdus viscicvorus). Frequentam vários tipos de habitats florestais e agrícolas, onde possam procurar por invertebrados, frutos e bagas de inverno.
A partir de 2015, esta espécie passou a constar como “Quase ameaçada” quanto ao estatuto de conservação na Europa, devido ao seu decréscimo populacional desde a década de 80, uma vez que se estima estar a diminuir em 30% a cada três gerações (15 anos). Pensa-se que as alterações climáticas sejam uma das razões que levam a este declínio, já que a espécie tem vindo a perder locais de nidificação, passando a ser o seu limite de distribuição cada vez mais a norte. Também a perda de vegetação arbustiva densa, que a espécie depende, particularmente, nos seus locais de reprodução, para a conversação em pastoreio é um fator acrescentado que leva a esta tendência, assim como a caça na região mediterrânica e que é particularmente notória em Portugal.

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