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Etiqueta: Natureza

Documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente” estreia na Escola Dramática e Musical Valboense

Ontem, dia 07 de junho de 2023, realizou-se a estreia do documentário “Parque das Serras do Porto – um olhar independente”. A apresentação teve lugar na Escola Dramática e Musical Valboense, pelas 21h30. Após a mostra do documentário, seguiu-se uma conversa entre todos os presentes. O relógio marcava as 24h00 e o público não arredava pé. Na minha opinião foi um sucesso. Uma iniciativa pessoal em parceria com outras entidades, num processo de cidadania. Obrigado a todos os presentes.

Paulo Ferreira - Documentário Parque das Serras do Porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto
Paulo Ferreira - documentário parque das serras do porto

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Parque das Serras do Porto – um olhar independente

Parque das Serras do Porto – um olhar independente.
Um trabalho independente sobre o estado atual da área verde mais importante do Grande Porto. E que na minha opinião não está a ser devidamente acautelada.
Este documentário de cerca de 12 minutos contou com os depoimentos de Jorge Gomes, José Pereira, Vitor Parati, Serafim Riem e Filipa Almeida.
Um projeto de consciência Loving the Planet.

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O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental – EPROMAT

EVENTO_EPROMAT

Paulo Ferreira irá realizar uma palestra intitulada “O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental”, na Escola Profissional de Matosinhos (EPROMAT). O evento realiza-se no dia 5 de junho pelas 10H00. Entrada livre. O convite endereçado ao Paulo Ferreira é sinónimo de que o trabalho que tem realizado, começa a ser interessante para as escolas, palco da formação daqueles de quem se espera um futuro melhor.

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O tordo-ruivo (Turdus iliacus)

Tordo-ruivo

Paulo Ferreira (Fotografia e vídeo de natureza):

Lembro-me que o mês de março chegava e a chuva não dava tréguas. Estava ansioso por fotografar o tordo-ruivo, uma ave que supostamente havia sido avistada alguns dias antes no vale do Ferreira, mas o tempo não ajudava. Finalmente, depois de uma semana de chuva intensa, o sábado chegou e manhã bem cedo, coloquei-me a caminho da margem direita do rio Ferreira, já muito próximo da foz com o rio Sousa. Quando lá cheguei, por volta das 07h00, o frio fazia-se sentir e o caminho junto ao curso de água estava coberto de lama, em virtude do rio ter galgado as suas margens nos dias anteriores. Apesar disso, não me deixei desmotivar e rapidamente coloquei-me a caminho. Ao fim de 5 minutos de caminhada, as botas pesavam quase 5 kg cada uma, de tanta lama agarrada ás solas. Mas lá fui. A vontade de encontrar e fotografar esta ave, era mais forte do que tudo o resto. Por outro lado, a lama ajudava a que não fizesse tanto barulho e permitiu-me aproximar um pouco mais do local onde eu ouvia o seu canto, um característico chamamento metálico e decrescente. Munido de uma objetiva de 600mm, eu sentia-me capaz de fotografar aquela ave. Contudo não foi bem assim. Apesar de ter o equipamento necessário para o conseguir, a tarefa foi complicada pelo constante voo do ave. Os poucos exemplares que avistei não permaneciam muito tempo nos ramos das árvores mais altas e isso dificultava o meu trabalho. Quando ouvi ao longe o sino de uma igreja a anunciar as 10h00, tomei consciência de que a tarefa não estava a ser produtiva e decidido, embrenhei-me nos ramos de um salgueiro e tentei disfarçar-me ao máximo. E ali fiquei. Sentado na lama, procurei uma abertura por entre os ramos e rapidamente verifiquei que os tordos já não estavam tão ativos. Talvez porque não me viam? Talvez fosse. O certo é que lá fui conseguindo registar algumas fotografias como é o caso desta. Duas horas depois, regressava a casa, carregava o “peso” das fotografias, vinha mais “rico” e sentia-me realizado.

Joel Neves (Biólogo):

O tordo-ruivo (Turdus iliacus) é uma das quatro espécies vulgarmente denominadas de tordo da nossa avifauna, e um invernante relativamente comum, que pode passar facilmente despercebido a quem, principalmente, não conhece o seu característico chamamento metálico e decrescente. Visualmente, distingue-se dos demais tordos pelos flancos ruivos, bastante notório na base das asas durante o voo, por ostentar uma risca branca acima do olho (listra supraciliar) e base do bico amarela.
Os primeiros indivíduos começam a ser observados no nosso território em finais de Outubro estabelecendo-se por cá até meados de Março, aquando dão inicio à sua longa viagem de retorno para os seus locais de nidificação, desde a Islândia e Escandinávia até ao norte da Ásia. Em locais mais sossegados e longe da poluição sonora, é possível ouvir dezenas de indivíduos a emitir as suas características vocalizações enquanto efetuam as suas deslocações migratórias durante as noites mais frias de outono.
Um pouco como a maioria das aves migradoras que por cá passam o inverno, a população invernante desta espécie varia de número de efetivos consoante as condições e disponibilidade de alimento nos seus locais de nidificação e nos locais de invernada no centro da Europa. São aves gregárias, ou seja, formam bandos e associam-se frequentemente com outras espécies de tordos, como o tordo-comum (Turdus philomelos) ou a tordoveia (Turdus viscicvorus). Frequentam vários tipos de habitats florestais e agrícolas, onde possam procurar por invertebrados, frutos e bagas de inverno.
A partir de 2015, esta espécie passou a constar como “Quase ameaçada” quanto ao estatuto de conservação na Europa, devido ao seu decréscimo populacional desde a década de 80, uma vez que se estima estar a diminuir em 30% a cada três gerações (15 anos). Pensa-se que as alterações climáticas sejam uma das razões que levam a este declínio, já que a espécie tem vindo a perder locais de nidificação, passando a ser o seu limite de distribuição cada vez mais a norte. Também a perda de vegetação arbustiva densa, que a espécie depende, particularmente, nos seus locais de reprodução, para a conversação em pastoreio é um fator acrescentado que leva a esta tendência, assim como a caça na região mediterrânica e que é particularmente notória em Portugal.

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O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental – Mesão Frio

O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental - Mesão Frio

Paulo Ferreira irá realizar uma palestra intitulada “O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental”, no Agrupamento de Escolas Professor António da Natividade, em Mesão Frio. O evento terá lugar no Auditório da Escola Sede, no dia 22 de maio pelas 10H30. Entrada livre. O convite endereçado pela AEPAN, na pessoa do Biólogo Nuno Santos, ao Paulo Ferreira é sinónimo de que o trabalho que tem realizado, começa a ser interessante para as escolas, palco da formação daqueles de quem se espera um futuro melhor

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O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental – IPB

O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental

Paulo Ferreira irá realizar uma palestra intitulada “O Cinema e a Fotografia na Consciencialização Ambiental”, no Instituto Politécnico de Bragança. O evento terá lugar no Auditório da Escola Superior de Educação, no dia 19 de maio pelas 14H00. Entrada livre.  O convite endereçado pelo IPB, na pessoa do Biólogo Nuno Santos, ao Paulo Ferreira é sinónimo de que o trabalho que tem realizado, começa a interessar ás escolas, palco da formação daqueles de quem se espera um futuro melhor.

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Naturalmente Flores estreia nas Lajes das Flores

O documentário “Naturalmente Flores” estreou no passado dia 22 de abril, pelas 21H00 no auditório do Museu Municipal de Lajes das Flores. A data foi escolhida para coincidir com as comemorações do Dia da Terra. Surpreendentemente o auditório encheu-se de pessoas que mostraram curiosidade em ver o filme. Apesar de ser um filme sobre a Ilha das Flores e que os seus habitantes poderiam achar que já tinham visto tudo, não se verificou isso.

Este trabalho começou a ser realizado em 2022 e teve a colaboração de biólogos, geólogos e técnicos ambientais, bem como de algumas entidades da ilha das Flores, nomeadamente a Secretaria Regional do Ambiente e o Parque Natural das Flores. A narração ficou a cargo de Eduardo Rêgo e o trabalho tem a marca “Loving The Planet”. O evento teve cobertura da RTP Açores e o documentário será apresentado ao publico dentro de alguns dias.

Enquanto autor do trabalho, fiquei com a sensação de que os presentes no dia da estreia ficaram impressionados com a qualidade e os conteúdos do filme.

Foi com enorme emoção que ouvi da parte de um “Florentino” que o documentário o surpreendeu pela parte poética, enquanto aborda o lado científico da fauna e flora, retratados no filme. Essa é a minha imagem de marca e que gosto de incorporar nos trabalhos que realizo.




O trailer do filme pode ser visualizado aqui:

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Quando as pedras deste moinho se tornaram o pão de cada dia

Star Trail Moinho de Jancido

Algures no passado, quando as pedras deste moinho se tornaram o pão de cada dia, certamente não havia a noção de que lá bem no alto, por detrás dele, existia uma estrela de nome “Polar”. Compreende-se. Não havia tempo para um olhar mais minucioso e curioso. Vivia-se, simples e calmamente ao ritmo de uma mó, cuja água alimentava o seu movimento. E isso era muito bom. Até que, anos mais tarde, ali cheguei. As vidas calmas já tinham partido, mas nem por isso fiquei desmotivado. A vida é mesmo assim. Agora partilho convosco esta fotografia, que já andava a planear há algum tempo.

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O Guarda-rios (Alcedo atthis)

Guarda-rios (Alcedo atthis)

Paulo Ferreira (Fotografia e vídeo de natureza):
Fazer uma fotografia como esta é muito fácil.
Se não, vejamos:
Carrega-se equipamento fotográfico bastante pesado durante alguns minutos (para nos afastarmos do ruído humano), espeta-se um pau na margem de um rio, procura-se um lugar escondido para que não sejamos descobertos, enquadra-se e foca-se o hipotético poleiro, ajusta-se os parâmetros da câmara fotográfica e acredita-se intensamente que a ave pousará ali mesmo.
Uns segundos depois, não é que a ave pousou? É muito fácil… ou talvez não!

Joel Neves (Biólogo):
Uma das mais belas aves da nossa avifauna, o guarda-rios (Alcedo atthis), detentor de uma coloração laranja na zona ventral contrastante com um azul metálico nas partes superiores, pode ser frequentemente visto com o seu voo rasante sobre um corpo de água fazendo lembrar um verdadeiro relâmpago azul. É uma espécie residente que habita vários tipos de zonas húmidas como rios, ribeiros, estuários, lagos e açudes, sendo mais abundante no litoral do país. Nidificam em túneis construídos por ambos os progenitores nas margens lamacentas de rios ou em barrancos declivosos nas proximidades de um corpo de água.
Nesta foto podemos observar um comportamento muito característico desta espécie. Pousado num pequeno poste ou ramo, observa e espera pacientemente pelas suas presas, tais como peixes de água doce, pequenos crustáceos, insetos aquáticos e até mesmo girinos, até que seja o momento certo para lançar um ataque direto em forma de mergulho, usando o seu longo bico em forma de arpão. Dotados de uma excelente visão, possuem ainda mais uma adaptação que permite utilizar está técnica. Vértebras cervicais que possibilitam, não só, a rotação da cabeça em 360º, como também a total estabilização da cabeça quando pousados em locais móveis (ex.: ramos de árvores), permitindo uma maior eficiência na detetabilidade das suas presas subaquáticas.
Esta ave, embora não se encontre sobre qualquer estatuto desfavorável de conservação, tem como principais ameaças à sua ocorrência as alterações nas margens das linhas de água, poluição da água e perturbação humana sobre as suas áreas de reprodução.

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