Skip to main content

Nunca o mensageiro pode ser mais importante do que a mensagem

Islândia – Paulo Ferreira

Sempre fui uma pessoa que não enveredou por alarmismos, tento manter a calma mesmo nos momentos onde ela não deveria entrar. Se assim não fosse, nunca teria enveredado pela técnica de timelapse, certo?
Nunca segui as massas e faz-me um bocado de confusão, ver todos os dias nos meios de comunicação social, uma espécie de histerismo colectivo, vindo não se sabe muito bem de onde, mas que tem colocado a sociedade numa polarização nunca antes vista.
É sabido que nós Humanos, temos de mudar muita coisa, numa tentativa de reduzir gastos com recursos naturais, que não fazem sentido continuar a desperdiçar.
Optar por outras formas de energia, menos destruidoras dos ecossistemas. Mudar de hábitos, de politicas, alterar costumes e acertar problemas culturais e sociais. Certo!

A Humanidade chegou até aos dias de hoje, pois é a forma como evoluímos. Estão a querer insinuar que evoluímos de forma errada? Há uma geração que roubou a infância da mais actual? Que histeria é esta? A actual interrogação deve-se à evolução. Não estará a inteligência directamente relacionada com a evolução? Já diziam os meus avós: – Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal. A vida é assim.
Cair no radicalismo é impedir que a mudança aconteça. E isso ajuda tanta gente! Na minha opinião, nunca um mensageiro pode ser mais importante do que a mensagem que pretende passar. E calmamente tenho tentado que as consciências se formem na cabeça de cada um.
https://pauloferreira.pt/portefolio-de-filmes/

Entrevista ao jornal Vivacidade

Notícia Jornal Vivacidade
Notícia Jornal Vivacidade

Paulo Ferreira deu uma entrevista ao Jornal Vivacidade, a respeito do seu trabalho na área da fotografia, timelapse e vídeo. A notícia pode ser lida na edição deste mês do referido jornal de Gondomar. Para além dos assuntos que se prendem com a problemática ambiental e que estão na base dos trabalhos do Paulo Ferreira, foi possível falar um pouco sobre os seus dois prémios recentes, atribuídos aos documentários curtos “Aotearoa – We Are All Made Of Stars” e “Parque das Serras do Porto”.

Uma leitura mais atenta e vai ficar a saber um pouco mais do percurso de vida e do trabalho que Paulo Ferreira tem vindo a desenvolver nos últimos anos. Um percurso que o levou à Noruega, à Patagónia (Chile e Argentina), à Nova Zelândia e mais recentemente à Islândia, sempre em busca de imagens capazes de consciencializar as pessoas para a actual problemática ambiental.

4º Concurso Curtas Metragens de Fânzeres e São Pedro da Cova

4.º Concurso Curtas Metragens
4.º Concurso Curtas Metragens

A convite da organização do 4º Concurso de Curtas Metragens de Fânzeres e São Pedro da Cova, Paulo Ferreira faz parte do grupo de jurados e no âmbito da cerimónia de entrega de prémios, irá apresentar dois filmes curtos: Aotearoa – We Are All Made Of Stars (Nova Zelândia) e o seu mais recente trabalho, This Is Our Time (Islândia).

Dia 23 de novembro pelas 21h30 no Auditório da Junta de Freguesia em São Pedro da Cova.
A entrada é livre.

This Is Our Time – Teaser

O filme “This Is Our Time”, um documentário curto realizado na Islândia, tem estreia marcada para o próximo dia 16 de Novembro pelas 17H00. O local da apresentação, será o auditório da Casa do Infante no Porto. Por agora e enquanto não chega esse dia, aqui fica um minuto do filme. Sigam as notícias nas redes sociais em: Facebook

Trata-se de um documentário curto de cerca de 15 minutos, cujo objetivo é a consciencialização das pessoas para o atual desafio ambiental.
A cerimónia contará com a presença de Laurence Alves (CINDOR), Miguel Gonçalves (RTP) e Luís Henrique Pereira (RTP), na qualidade de oradores.

O “teaser” pode ser visto aqui: YouTube

Estreia do filme “This Is Our Time”

Estreia do fllme "This Is Our Time"Paulo Ferreira estreia novo filme realizado na Islândia. Um documentário curto de cerca de 15 minutos de duração, que aborda a necessidade de percebermos que este é o nosso tempo. O tempo de mudança de comportamentos. O tempo de preservarmos o que ainda nos resta. Este filme cuja produção começou em Abril deste ano e só agora está terminado, mostra-nos gelo, glaciares, fauna e flora, vulcões e paisagens de cortar a respiração. Numa tentativa de chegar mais perto das pessoas e fazê-las acreditar que ainda existem sítios que devemos preservar a todo o custo.
Estreia dia 16 de Novembro pelas 17H00 na Casa do Infante no Porto. Com a participação especial de Laurence Alves, Miguel Gonçalves e Luís Henrique Pereira. Entrada gratuita mas limitada ao numero de lugares que o auditório possui.
Assinale a sua presença ou partilhe o evento do facebook pelos seus amigos.

Documentário Parque das Serras do Porto vence prémio ART&TUR

O documentário Parque das Serras do Porto, foi premiado na 12ª edição do Festival Internacional de Cinema de Turismo Art&Tur, que se realizou no passado dia 25 de Outubro, em Torres Vedras. O filme foi premiado na categoria de Turismo de Natureza. Que este prémio motive os municípios envolvidos a fazer mais por esta área verde ao redor do Grande Porto. Paulo Ferreira trouxe consigo uma peça de artesanato local “Dulcineia”, que premeia assim o seu trabalho.

Dois filmes nomeados no 12º ART&TUR

Filmes nomeados no ART&TURA equipa de jurados do 12º Festival Internacional de Cinema de Turismo ART&TUR, edição de 2019, decidiu nomear este ano, dois filmes realizados por Paulo Ferreira. Dois lugares diametralmente opostos (Antípodas) estão assim a concorrer neste conceituado festival.
São eles, AOTEAROA – We Are All Made Of Stars e Parque das Serras do Porto.
No próximo dia 25 de Outubro, saberemos se foram ou não premiados. Até lá, o facto de serem os dois nomeados, já é um prémio para o autor dos filmes.
Todo o trabalho e empenho pessoal é pois reconhecido e isso faz com que Paulo Ferreira acredite que está no caminho certo, numa tentativa de consciencializar as pessoas para a problemática ambiental. Tentando salvar o que ainda resta, não deixando que o abismo seja a única alternativa, procurando um ponto de retorno, de inversão. Só assim poderemos um dia salvar-nos a nós próprios, Humanidade.
Mais informação em: Festival Internacional de Cinema de Turismo ART&TUR

Islândia – Monólogo com uma foca

Foca

A minha aventura por terras da Islândia, realizada em maio de 2019 teve um momento que nunca mais esquecerei. A dada altura, nas proximidades de Ísafjörður nos fiordes ocidentais, deparei-me com uma colónia de focas. Já andava há alguns dias a tentar descobri-las e eis que numa altura em que já estava a ficar desanimado, elas surgiram diante de mim.
Depois de ter percorrido quase uma centena de quilómetros por uma estrada de “terra batida” fui dar a uma pequena enseada, onde estavam essas focas. Logo que as descobri, iniciei o registo fotográfico e aqui ou ali aproveitei para gravar alguns planos de vídeo que serão utilizados no meu próximo documentário curto.
De entre as inúmeras fotografias que tive oportunidade de registar, saliento esta.
Trata-se de um momento vivido intensamente entre mim e a foca. Eu estava tão ansioso e surpreendido com a presença da foca que a dada altura percebi que estava a falar com ela. Encontrei-a a uns 50 metros de mim e aos poucos fui-me aproximando. Pé ante pé, fui deslizando por entre as rochas cheias de algas, escorregando aqui ou ali, mas sempre com os olhos postos na camera fotográfica. Lembro-me que cheguei muito próximo da foca e a objectiva que usava naquele momento (400 mm), favoreceu imenso o trabalho.
A dada altura, de tão próximo que estava (a uns 20 metros), parecia que a ouvia respirar.
Foi aí que o monólogo começou. Eu fazia as perguntas e respondia logo de seguida. Suavemente, para não a assustar. Lembro-me de lhe dizer para ficar quieta, caso contrário ficaria “desfocada”.
Era a primeira vez que estava diante de uma foca, em ambiente completamente natural. Não sabia como iria reagir, nem sabia como deveria agir. Acho que já todos passamos por esta situação, uma vez na vida.
Apesar de toda a incerteza, o monólogo manteve-se e acreditem que a foca também. Penso que gostou de ser fotografada, pois esta fotografia é retrato disso mesmo.
Infelizmente, 5 minutos depois, em virtude do ruído que fiz ao escorregar numa rocha, na tentativa de me aproximar ainda mais, deslizou para dentro de água e desapareceu no oceano. Lentas em terra, mas muito esquivas na água.
No entanto ficou para a história, esse momento em que sem dar conta, estabeleci um monólogo com uma foca.

Continuar a ler

Noudar de uma magia natural

Veado - fêmeaNo passado dia 5 de Outubro visitei uma vez mais, aquele que na minha opinião, é um dos últimos refúgios naturais em Portugal.
Trata-se de Noudar (Parque de Natureza de Noudar) e o nome diz tudo. É na realidade um lugar natural, pejado de fauna e flora selvagem e dócil, onde ainda é possível avistar morcegos, osgas, lacraus, coelhos, fuinhas, cigarras, javalis, abutres, cegonhas, garças, veados, raposas, linces, etc. Delimitado a Norte pelo rio Ardila (que define a fronteira entre Portugal e Espanha) e a Sul pela ribeira de Múrtega, este parque tem todas as condições para quem gosta de fotografia de natureza.

Desta vez, alguns amigos e suas famílias, fizeram questão de me acompanhar. Queriam ver com os seus olhos, esse lugar mágico de que lhes falava, já há algum tempo.
Nesta altura do ano, o parque tem como principal motivo de visita, a observação dos veados e a sua brama. Para os mais distraídos, esta é pois uma altura do ano em que estes animais andam na fase do cio, tendo por finalidade a reprodução. Momento singular, onde podemos fotografar estes seres vivos magníficos, bem como ouvir a brama.
Para o conseguir é preciso caminhar, percorrer a pé alguns dos trilhos do parque e acima de tudo estar em silêncio. São animais esquivos, que ao mais pequeno ruído, desatam a correr por entre arbustos do montado e rapidamente desaparecem por detrás de uma azinheira.

Veado - machoExausto e sob um calor abrasador, na companhia de alguns amigos e familiares e já quase no final de uma caminhada de cerca de duas horas, avistei um veado (fêmea) a alimentar-se na encosta do outro lado do vale. Eu sabia o que procurava e os meus olhos fixaram-se naquele animal e não mais o larguei até que todos aqueles que estavam comigo, o conseguissem ver através do seu olhar ou com recurso a binóculos.
Pouco depois esta fêmea desapareceu por entre os arbustos numa correria desenfreada e logo atrás surgiu o macho, impávido, calmo e sereno, caminhando montado acima, parando aqui ou ali para observar ao seu redor.

A natureza nunca tem hora marcada. Não é como ir ao jardim zoológico.

Estes momentos, naturais, fazem-nos sentir que não somos os únicos a necessitar de espaço. Nós queremos ocupar o território, queremos que todo o meio que nos rodeia seja conhecido e esquecendo-nos que os outros seres vivos também precisam de espaço.

Coexistir é a palavra de ordem em Noudar, pese embora o facto de nos últimos anos eu ter verificado que cada vez mais estes animais no seu estado selvagem começam a ficar numa espécie de jaula, proveniente das inúmeras cercas que estão a construir.
Não quero antever um parque, cujo foco principal seja a componente económica proveniente da cultura do porco preto.

Este lugar é mágico. De dia e de noite. À luz da Lua ou das estrelas. A pé, de bicicleta, de “noucar” ou simplesmente sentado, rodeado de familiares ou amigos. Estar numa das suas esplanadas num final de tarde, é quase certo sermos brindados pela beleza de um pôr do sol por detrás da muralha do castelo de Noudar. Logo seguido de um lusco-fusco que rapidamente define os contornos dos montes na linha do horizonte, outrora local de gentes, agora um sitio singular, mágico.